Jesuíno Alves
de Melo Calado nasceu no sítio Tuiuiú, no município de Patu, Rio Grande do
Norte, em 1844. Filho de José
Alves de Melo Calado e D. Alexandrina Brilhante de Alencar.
Para Câmara
Cascudo, ele "foi o cangaceiro gentil-homem, o bandoleiro romântico,
espécie matuta de Robin Hood, adorado pela população pobre, defensor dos
fracos, dos velhos oprimidos, das moças ultrajadas, das crianças agredidas
(...) Baixo, espadaúdo, ruivo, de olhos azuis, meio fanhoso, ficava tartamudo
quando zangado. Homem claro, desempenado, cavaleiro maravilhoso, atirador
incomparável de pistola e clavinote, jogava bem a faca e sua força física
garantia-lhe sucesso na hora do "corpo a corpo". Era ainda bom
nadador, vaqueiro afamado, derrubador e laçador de gado.
Sua pontaria
infalível causava assombro, especialmente porque Jesuíno, ambidestro, atirava
com qualquer das mãos. Casou com D.
Maria, tendo cinco filhos dessa união.
Envolvido com
uma questão de família, Jesuíno matou o negro Honorato Limão, no dia 25 de
dezembro de 1871. Foi sua primeira vítima.
Como lembra
Tarcísio Medeiros, era "irredutível em questão de honra". O autor, em
seguida, cita um texto de Raimundo Nonato, que narra um episódio, onde Jesuíno
Brilhante se hospedou em uma casa. O marido estava ausente. Um bandido, de nome
Montezuma, procurou se aproveitar da situação para perseguir a proprietária da
casa. Jesuíno, revoltado, matou o malfeitor. Outro caso: assassinou um escravo,
José, porque tentou violentar uma mulher.
Segundo
Cascudo, "ficaram famosos os assaltos à cadeia de Pombal(PE) para libertar
seu irmão Lucas (1874) e, no ano de 1876, à cidade de Martins (RN). Cercado
pela polícia local, Jesuíno e seus dez companheiros abriram passagem através de
casas, rompendo as paredes, cantando a antiga "Curujinha".
Câmara Cascudo
afirma ainda que Jesuíno "nunca exigiu dinheiro ou matou para
roubar".
A imaginação
popular acrescentou à biografia do cangaceiro centenas de batalhas, das quais
Jesuíno Brilhante teria participado sem que tivesse levado um só tiro...
Em dezembro de
1879, na região das Águas do Riacho de Porcos, Brejos da Cruz, na Paraíba,
Jesuíno foi atingido no braço e no peito, sendo levado, agonizante, por seus
amigos. Morreu no lugar chamado "Palha", onde foi sepultado.
Em 1883, o Dr.
Francisco Pinheiro de Almeida visitou o túmulo do bandido e levou a caveira do
cangaceiro para sua casa, em Mossoró. Após sua morte, a caveira de Jesuíno foi
levada para o Grupo Escolar "30 de Setembro". No ano de 1924, a
caveira foi transferida para a Escola Normal.
http://tribunadonorte.com.br/especial/histrn/hist_rn_9g.htm
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