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sábado, 8 de fevereiro de 2014

Qual a origem do nome Lampião?

Outro material do acervo do Doizinho Quental


Segundo Bezerra Maciel:

“Com o lenço prendia Virgulino a tecla do gatilho à alavanca de manejo do rifle, unindo-os de modo que, em cada movimento da alavanca, o pino do percutor ( agulha ), liberto, picotava a cápsula fulminante, por si mesmo, sem necessidade de se acionar a tecla. Transformado deste modo o rifle ( cruzeta ou papo amarelo )  de repetição, em arma semi - automática, isso porque não dispensava o manejo da alavanca para colocar o cartucho na câmara.

Virgulino manejava com tanta rapidez a alavanca do rifle assim peiado, que os tiros se sucediam formando uma tocha na boca do cano. Ora, contam-se os tiros pelos clarões sucessivos na boca do cano. Impossível contar os de Virgulino. Era um clarão só, aturado, permanente!

Quando ele, perto da casa-quartel de Sinhô Pereira, ali em São Francisco, fez a experiência pela primeira vez, era noite.

Sinhô Pereira, entusiasmado de admiração, exclamou:

- “Isso é um Lampião da Vila Bela! “

Algazarra da cabroeira toda em torno de Virgulino, que teve de repetir a demonstração.

Um dos cabras, Fiapo, embasbacado, deixara cair do beiço o cigarro que fumava, e gritou:

- “Acende, de novo, o lampião, para eu achar meu cigarro”.

E o nome pegou. Do rifle para  Virgulino.

Ao deixar a vila levava a alcunha.

- “Meu nome é Virgulino, Apelido Lampião”.

Segundo...

“A origem do apelido Lampião foi a seguinte:

Ao ser admitido no grupo de Sinhô Pereira, perguntaram-lhe que título de recomendação apresentava para fazer parte o seu nome. Respondeu apenas, parco de frases como é, que no seu rifle, no tiroteio da noite anterior, jamais faltara o clarão.

Ao ouvirem esta bazófia os comparsas, entre eles os célebres Baliza e Cajueiro, gritaram: - temos agora o Lampião! Não haverá mais escuro entre nós! Temos agora o Lampião!

E daí por diante Virgulino Ferreira passou a se conhecido pela luminosa alcunha.”

ADENDO:

 Luiz Conrado de L. e Sá, primo do Sinhô PereiraIn -  Fundação Casa da cultura S. Talhada

Não querendo contrariar o que escreveu o escritor Bezerra Maciel, afinal, eu não sou autoridade no que diz respeito a cangaço, mas leia o que disse o cangaceiro Sinhô Pereira, em uma entrevista que cedeu ao seu primo, Luiz Conrado de Lorena e Sá, sobre o apelido de Lampião.

Lorena - Por que Virgulino Ferreira da Silva ganhou o apelido de Lampião?
 
Sinhô Pereira - Num combate, à noite, na fazenda Quixaba, o nosso companheiro Dê Araújo, comentou que a boca do rifle de Virgolino mais parecia um lampião. Eu reclamei, dizendo que munição era adquirida a duras penas. Desse episódio resultou o Lampião que aterrorizou o Nordeste.

Mesmo eu não sendo uma autoridade sobre os estudos do cangaço, eu acredito mais no que disse o Sinhô Pereira, que no período em que isto aconteceu, ele era o chefe de Lampião. blogdomendesemendes
 
Qual o pé baleado?

Outro fato muito conhecido da vida de Lampião foi o do ferimento do seu pé, em 1924. Poucos escritores coincidem quando se referem a este caso. Vejamos  o que fala Rodrigues de Carvalho em seu famoso livro "Serrote Preto" na pag.  224 2ª Edição: "Esconderam-se a fim de tratar do ferimento que Lampião recebera no pé esquerdo, em tiroteio travado com elementos da família Gomes Jurubeba. Ou  mais precisamente com Odilon Flor, o seu inimigo mais acirrado dentre os membros da aguerrida família."

Já no livro  "De Virgulino a Lampião" de Vera Ferreira e Antônio Amaury, Edição de 1999, no capítulo "Lampião ferido no pé" está registrado: "Nessa mesma época, por pura coincidência o Major Theóphanes Ferraz Torres estava convocando soldados de várias localidades para formar uma volante destinada a combater os cangaceiros.

Quatro desses soldados convocados pelo major estavam em viagem para apresenta-se quando, de repente, toparam com Lampião e seus companheiros. O início da troca de tiros foi imediata. Logo aos primeiros disparos Lampião foi ferido no pé direito, ao mesmo tempo em que seu jegue era mortalmente atingido, tombando e prendendo a perna ferida de Lampião sob seu pesado corpo."

Site: www.kantabrasil.com.br/Lampiao.../Lampião%20e%20outras%20Históri...‎

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2 comentários:

  1. Anônimo20:36:00

    Não tem tanta importância caro Mendes e autor do texto Doizinho Quental, SER O PÉ DIREITO ou O ESQUERDO, mas, QUEM ESTÁ COM A RAZÃO entre os dois citados livros? Creio que deverá surgir uma terceira pessoa para tirar a dúvida.
    Abraços,
    Antonio Oliveira - Serrinha - Bahia

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  2. Anônimo00:09:00

    Caro amigo Mendes e demais leitores deste requintado blog, devemos nos lembrar que o celebre Virgulino, vulgo Lampião usou duas armas portáteis durante sua venturosa vida de cangaceiro, e todas eram de repetição e ambas possuíam a alavanca de manejo, isto é; o "ferrolho" no fuzil Mauser cal. 7x57mm mas, diferente no sistema do Winchester cal. 44 wc.Sabendo-se que existe sim, teoricamente uma simples possibilidade de torna-las semi automáticas, como seria então a forma mecânica que tornou possível o Rei do Cangaço, realizar tantos disparos quase simultâneos capaz de formar com a queima da carga de projeção "pólvora" um clarão idem a luz de um lampião, o qual lhe originou o apelido.Eu queria ver explícito e bem detalhado em desenhos mecânicos, pois eu também tenho uma teoria, e assim desta maneira eu sanaria esta duvida e chegaria à uma conclusão mais lógica para este dilema.

    Cabo Francisco Carlos PMPR-RR

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