Por Clerisvaldo B.
Chagas, 3 de setembro de 2014 - Crônica Nº
1.253
Em Santana do
Ipanema, Alagoas, você pode chamá-lo Brito, Menininho ou Cabecinha, ele atende
do mesmo modo. Homem folclórico que sempre acompanha as caminhadas cíclicas de
um grupo santanense. Quando bebe, haja paciência para tolerá-lo. Mas Cabecinha
é pacato cidadão e diverte bastante os companheiros das longas caminhadas.
Entre as suas
narrat ivas de vantagens e desvantagens, Cabecinha aprendera não sei com quem a
arte de sapateiro. Considerava-se então o ás da sola e do couro quando estava
na tenda que o caracterizava. Mas, certa feita o tempo não estava para pescaria
e Menininho resolveu espiar as nuvens, em busca dos seus caminhos. Tanto é que
soube que em Paulo Afonso, cidade baiana, havia um sapateiro mor que estava
contratando à vontade. Menininho resolveu não pensar duas vezes e partiu para a
Bahia cheio de esperanças levando os picuás.
O disposto
Cabecinha não falou se foi contemplar as cachoeiras famosas da cidade, mas que
meteu os nós dos dedos na porta de madeira do homem procurado. Até que fora bem
recebido ao apresentar-se como sapateiro. Sem perda de tempo, o talvez futuro
patrão, mostrou-lhe um tipo de sandália, forneceu-lhe o material necessário e
pediu para que ele confeccionasse uma sandália igual ao do protótipo. Enquanto
isso iria resolver uns problemas mais adiante e voltaria logo. Cabecinha viu a
grande oportunidade de mostrar-se o bamba de Alagoas. Danou o martelinho para
cima e dentro de pouco tempo estava completamente pronta à sandália do homem.
Quando o dono
do negócio chegou Cabecinha mostrou-lhe o artefato. O sujeito pegou a sandália,
apertou aqui acolá, deu-lhe trancos e repuxos e indagou a Cabecinha com toda
malícia acumulada na profissão: “O senhor garante fazer todas que eu mandar
iguais a esta?” E Menininho, mais ancho de que pinto no lixo, respondeu com
orgulho empregatício: “Garanto sim senhor”. Foi então que recebeu a amarga
resposta: “Está despachado, isso não presta nem para brinquedo com bonecas”. E Cabecinha
voltou ao seu estado mais triste do que urubu no inverno.
Sei não,
compadre, mas as promessas políticas de campanha que se vê na televisão, não
passam no teste das SANDÁLIAS DE CABECINHA.
CLERISVALDO B.
CHAGAS – AUTOBIOGRAFIA
ROMANCISTA –
CRONISTA – HISTORIADOR - POETA
Clerisvaldo
Braga das Chagas nasceu no dia 2 de dezembro de 1946, à Rua Benedito Melo ( Rua
Nova) s/n, em Santana do Ipanema, Alagoas. Logo cedo se mudou para a Rua do
Sebo (depois Cleto Campelo) e atual Antonio Tavares, nº 238, onde passou toda a
sua vida de solteiro. Filho do comerciante Manoel Celestino das Chagas e da
professora Helena Braga das Chagas, foi o segundo de uma plêiade de mais nove
irmãos (eram cinco homens e cinco mulheres). Clerisvaldo fez o Fundamental
menor (antigo Primário), no Grupo Escolar Padre Francisco Correia e, o
Fundamental maior (antigo Ginasial), no Ginásio Santana, encerrando essa fase
em 1966.Prosseguindo seus estudos, Chagas mudou-se para Maceió onde estudou o
Curso Médio, então, Científico, no Colégio Guido de Fontgalland, terminando os
dois últimos anos no Colégio Moreira e Silva, ambos no Farol Concluído o Curso
Médio, Clerisvaldo retornou a Santana do Ipanema e foi tentar a vida na capital
paulista. Retornou novamente a sua terra onde foi pesquisador do IBGE –
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Casou em 30 de março de 1974
com a professora Irene Ferreira da Costa, tendo nascido dessa união, duas
filhas: Clerine e Clerise. Chagas iniciou o curso de Geografia na Faculdade de
Formação de Professores de Arapiraca e concluiu sua Licenciatura Plena na AESA
- Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde, em Pernambuco (1991). Fez
Especialização em Geo-História pelo CESMAC – Centro de Estudos Superiores de
Maceió (2003). Nesse período de estudos, além do IBGE, lecionou Ciências e
Geografia no Ginásio Santana, Colégio Santo Tomaz de Aquino e Colégio Instituto
Sagrada Família. Aprovado em 1º lugar em concurso público, deixou o IBGE e
passou a lecionar no, então, Colégio Estadual Deraldo Campos (atual Escola
Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva). Clerisvaldo ainda voltou a ser
aprovado também em mais dois concursos públicos em 1º e 2º lugares. Lecionou em
várias escolas tendo a Geografia como base. Também ensinou História,
Sociologia, Filosofia, Biologia, Arte e Ciências. Contribuiu com o seu saber em
vários outros estabelecimentos de ensino, além dos mencionados acima como as
escolas: Ormindo Barros, Lions, Aloísio Ernande Brandão, Helena Braga das
Chagas, São Cristóvão e Ismael Fernandes de Oliveira. Na cidade de Ouro Branco
lecionou na Escola Rui Palmeira — onde foi vice-diretor e membro fundador — e
ainda na cidade de Olho d’Água das Flores, no Colégio Mestre e Rei.
Sua
vida social tem sido intensa e fecunda. Foi membro fundador do 4º teatro
de Santana (Teatro de Amadores Augusto Almeida); membro fundador de escolas em
Santana, Carneiros, Dois Riachos e Ouro Branco. Foi cronista da Rádio Correio
do Sertão (Crônica do Meio-Dia); Venerável por duas vezes da Loja Maçônica Amor
à Verdade; 1º presidente regional do SINTEAL (antiga APAL), núcleo da região de
Santana; membro fundador da ACALA - Academia Arapiraquense de Letras e Artes;
criador do programa na Rádio Cidade: Santana, Terra da Gente; redator do diário Jornal
do Sertão(encarte do Jornal de Alagoas); 1º diretor eleito da Escola Estadual
Prof. Mileno Ferreira da Silva; membro fundador da Academia Interiorana de
Letras de Alagoas – ACILAL.
Em sua trajetória, Clerisvaldo Braga das Chagas, adotou o nome artístico Clerisvaldo B. Chagas, em homenagem ao escritor de Palmeira dos Índios, Alagoas, Luís B. Torres, o primeiro escritor a reconhecer o seu trabalho. Pela ordem, são obras do autor que se caracteriza como romancista: Ribeira do Panema (romance - 1977); Geografia de Santana do Ipanema (didático – 1978); Carnaval do Lobisomem (conto – 1979); Defunto Perfumado (romance – 1982); O Coice do Bode (humor maçônico – 1983); Floro Novais, Herói ou Bandido? (documentário romanceado – 1985); A Igrejinha das Tocaias (episódio histórico em versos – 1992); Sertão Brabo CD (10 poemas engraçados).
Em sua trajetória, Clerisvaldo Braga das Chagas, adotou o nome artístico Clerisvaldo B. Chagas, em homenagem ao escritor de Palmeira dos Índios, Alagoas, Luís B. Torres, o primeiro escritor a reconhecer o seu trabalho. Pela ordem, são obras do autor que se caracteriza como romancista: Ribeira do Panema (romance - 1977); Geografia de Santana do Ipanema (didático – 1978); Carnaval do Lobisomem (conto – 1979); Defunto Perfumado (romance – 1982); O Coice do Bode (humor maçônico – 1983); Floro Novais, Herói ou Bandido? (documentário romanceado – 1985); A Igrejinha das Tocaias (episódio histórico em versos – 1992); Sertão Brabo CD (10 poemas engraçados).
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