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quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Manuel Marcelino - O Bom de Veras - III

Por Antonio Alves de Morais

Para ler a parte I e II clique nestes links:

http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/2014/11/manuel-marcelino-o-bom-de-veras-parte-i.html
http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/2014/11/manuel-marcelino-o-bom-de-veras-ii.html

É Taveira quem fala, retomando o fio da narração: Cedinho ainda, na Fazenda Minadouro, tipo alto, alourado e robusto, selava o cavalo para as costumeiras andanças pelo campo, no trato do gado. Com a aproximação inesperada do irmão, perguntou: O que houve, João? Você por aqui tão cedo?

Fui desmoralizado pelo o velho Ioiô. Contou toda historia da faca, no fim da qual o irmão pergunta indignado: Mas o velho Ioiô fez isso com você? Realmente estamos desmoralizados, mas, nós vinga. A seguir retirou a sela e amarrou o animal num mourão.

A decisão era irreversível Bom de Veras, em companhia do irmão foi a casa do Dino, agricultor residente nas proximidades, a quem comprou um rifle papo-amarelo e muita munição. Colocou a carucheira à cintura e, em seguida, deu três pulos mortais, um para frente, outro para traz e um terceiro para o lado, Isto ele costumava fazer para divertir o povo nas festas do Padroeiro. Finda a acrobacia, exclamou Bom de Veras:Fui vaqueiro... Agora sou cangaceiro. Penetrando numa vereda, desapareceu junto com o irmão. Durante oito dias ninguém teve notícias deles.

Certa noite, conta Taveira - estando na minha casa, ouvi barulhos nas proximidades. A criação, assustada, denunciava algo de anormal. Saí. Eram os irmãos Marcelino. Ao ver-me, Manuel perguntou pelo velho Ioiô. Respondi-lhe que estava na rua. Saíram. Minutos depois, ouvi tiros. Disse para minha mulher maria: Os meninos estão matando o velho Ioiô. Desta feita, entretanto, não mataram o Delegado: deram-lhe a maior surra da paroquia. Cheio de escoriações, o velho IoIô foi curtir em casa a grande surra dos Marcelino.

Passado o efeito daquele episodio, Ioiô Peixoto, contratou um pistoleiro. Negro forte e perverso, de nome Felizardo, passou a ser o mais comentado protetor do Delegado de Caririzinho. Quando tomava seus pileques, era verdadeira onça, a ponto de arrancar, com as unhas, carne do próprio rosto, num sadismo assustador e repugnante. Era uma fera esse Felizardo.

Andanças e lembranças.

CONTINUA...

Enviado pelo repórter e pesquisador Antonio Morais

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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