Material do acervo do pesquisador do cangaço Antonio Morais
Diabruras dos
malfeitores.
Boa Esperança, fora o lugar, no Estado do Rio Grande do Norte, onde os cangaceiros deram expansão ao gênio e entregaram-se a grosseiros folgares. Beberam e cantaram ao som da sanfona. Divertiram-se numa ambiência galhofeira, torturando pacatos sertanejos, sem levarem em conta o mal que causavam.
Boa Esperança, fora o lugar, no Estado do Rio Grande do Norte, onde os cangaceiros deram expansão ao gênio e entregaram-se a grosseiros folgares. Beberam e cantaram ao som da sanfona. Divertiram-se numa ambiência galhofeira, torturando pacatos sertanejos, sem levarem em conta o mal que causavam.
A comunidade
assistia, constrangida, às práticas abomináveis misturadas com visos de
comicidade. Dos infames folguedos, alguns episódios são lembrados com certo
humorismo pelos filhos da região.
O velho Joaquim Justino de Souza vinha pela
rua, tangendo um burro com uma carga de melancia. Satisfeito, trazia da
sitioca, o produto de seu suor. Calculava o bom apurado nos festejos do
padroeiro. De súbito, achou-se cercado. Em meio a confusão, arremessaram-lhe
uma fruta na cabeça. Cambaleia. Seguram-no para não cair. Atordoado, vê o algoz
apanhando outra do caçuá. Roga-lhe, Então:
- Escolha uma madura!
O bandido,
esboçando um sorriso, o atende. Repete a troça com rudeza. Desta vez Justino
vai ao chão. Cai sentado.
- Está satisfeito agora? Pergunta, desdenhosamente, o
marginal. Saindo do estupor, o bem humorado camponês retruca:
- Estou sim senhor! Podia ser pior se a carga fosse de jerimum!
Os malfeitores romperam em
estrepitosas gargalhadas, enquanto saboreavam deliciosas talhadas de melancia.
Raul Fernandes.
CONTINUA...
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