Por Antônio Corrêa Sobrinho
AMIGOS,
Vê-se
claramente do mapa que Lampião andou muito pelas terras sergipanas, e em nenhum
outro estado nordestino ele se aproximou tanto do litoral, das fascinantes
águas salgadas, em ondas espumantes, profundas e sem fim.
Teria Virgulino
Lampião, o cangaceiro capitão, por tentação, visitado, disfarçado, é claro, a
minha Aracaju, já que tão perto dela sabemos que ele andou? Será que ele
mergulhou nas mornas águas da Atalaia? Probabilidades, muitas, além do que a
pesquisa, se não disse até agora que sim, também não disse que não. E
probabilidade é a argamassa da verdadeira história. Portanto, é algo que
podemos considerar como plausível, pelo menos.
A verdade é que quase nada
sabemos de Lampião, e absolutamente nada quando tratamos deste homem sem a sua
tradicional indumentária, sem o seu grande chapéu de abas decoradas; e não
venham me dizer que ele passou sete mil e trezentos e cinco dias exclusivamente
fugindo da polícia, se escondendo, perambulando de um lado pro outro pelas
caatingas, cometendo mil estripulias e atos ilícitos.
Os livros e o cinema nos
levam a imaginá-lo desta forma. Não, não. Eu diria que todas as ditas e não
ditas batalhas em que ele fez parte, somadas temos algumas horas de combate,
apenas. Lampião teve outras vidas, vivenciou outras coisas além das próprias do
seu dia a dia, do cangaço: tempos de paz ele teve, de caminhar despreocupado,
de contemplar, de refletir as coisas, de gozo e alegria, de interação, de
curiosidade, enfim, tempo de conhecer lugares outros além do seu campo de luta;
e por que não tempo de conhecer uma capital, de banhar-se no mar, algo que tão
perto dele mais não poderia estar. É lógico que este famoso e rico cangaceiro,
com tantos contatos e concertos costurados com influentes e poderosos cidadãos,
teve, na sua trajetória, embora a pesquisa não tenha alcançado, dias
inusitados, diferentes, não tenho dúvida. Até porque quase nada sabemos deste
homem, como já disse, e praticamente tudo que sabemos dele é por ouvir dizer.
Não esqueçam que Lampião, quando esteve em Sergipe, e não foram por poucos
dias, Eronides de Carvalho, o filho do coiteiro Antônio Caixeiro, como sabemos,
era simplesmente a maior autoridade do Estado.
Portanto, acho improvável
Lampião não ter andado pelas ruas de Aracaju, quem sabe até umas comprinhas no
nosso comércio; coisa que sou propenso, sim, a aceitar, muito mais do que
tê-las como verdadeiras certas imputações feitas a Lampião. A meu favor
apresento o grande Jornalista Joel Silveira, que, certa feita, numa de suas
entrevistas, disse que Lampião esteve em Aracaju, e olhem que este famoso
repórter, correspondente de guerra, sabia das coisas.
Fonte: facebook
Página: Antônio Corrêa Sobrinho Cangaçofilia
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