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domingo, 24 de maio de 2015

AS ORIGENS DO CANGAÇO

Por José João de Souza

No dizer de Frederico Pernambucano de Mello, o cangaço reflete a reação do sertanejo ao peso da bota do português e as atrocidades cometidas no processo de colonização, como: escravidão dos negros, o quase extermínio dos índios, o monopólio da terra e o trabalho servil, com isso, o empobrecimento da população e o impedimento do seu desenvolvimento. As pessoas eram relegadas à condição de objetos, cujo maior dever era servir aos donos de terras. Os problemas das famílias abastadas eram resolvidos entre si, sem a intervenção do poder do Estado, mas com a substantiva ajuda de seus fiéis subordinados: policiais, delegados, juízes e políticos. Contrariar o coronel era algo a que ninguém se atrevia. É importante registrar também a presença dos jagunços, ou capangas dos coronéis, aqueles assalariados que trabalhavam como vaqueiros, como agricultores ou mesmo como assassinos, defendendo com unhas e dentes os interesses do patrão, de sua família e de sua propriedade. 


Diante das relações semifeudais de produção, da fragilidade das instituições responsáveis pela ordem, lei e justiça, e da ocorrência de grandes injustiças como, homicídios, violências sexuais e roubos, além das secas periódicas que vinham agravar a fome, o analfabetismo e a pobreza extrema. Os sertanejos buscaram fazer justiça com as próprias mãos, como forma de defesa, um fenômeno social que propagava a vingança. A própria formação cultural do sertanejo e seu código de honra permitiam a prática de revides contra as agressões sofridas. Lampião já tinha consciência política da situação e, sabia lidar muito bem com as estruturas de mando e de poder da época e ainda tirar proveito dela. A estrutura política do país mudou pouco, o banditismo político de hoje é uma versão moderna dos coronéis de antigamente.

Fonte: facebook

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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