O relógio
assinalava cinco horas quando Cícero Romão Batista nascia numa humilde casa de
número 157 da Rua Grande, hoje Rua Miguel Limaverde, no Centro de Crato. O dia
era 24 e corria o mês de março do ano de 1844, durante uma madrugada fria
motivada pelo inverno e a tradicional temperatura amena inerente a uma cidade
privilegiada por se localizar no sopé da Chapada do Araripe. Era o segundo
filho do casal de agricultores Joaquim Romão Batista e Joaquina Vicência
Romana.
Oriundo de uma
família pobre do sertão cearense, ele foi criado entre duas irmãs: “Mariquinha”
e Angélica. Ainda jovem, com 18 anos, viu seu pai morrer vitimado por uma
epidemia de cólera e, dezesseis anos após, a morte da irmã Angélica. Nesta
época, já era o Padre Cícero Romão que acompanhava a recomendação do corpo da
mana mais velha. Ele começou a sentir sua vocação para o sacerdócio após ter
lido sobre a vida de São Francisco de Sales, fazendo voto de castidade ainda
aos doze anos.
O ingresso no
Seminário da Prainha, em Fortaleza, ocorreu quando tinha 21 anos de idade e,
cinco anos após, já estava sendo ordenado. Padre Cícero retornou ao Crato no
ano seguinte, mas sua identidade maior foi com o vilarejo denominado
“Joazeiro”, pertencente àquele município. Daí em diante tornou-se o evangelizador
e líder espiritual da comunidade, que passou a respeitá-lo. Faltavam apenas 18
dias para o sacerdote completar 45 anos quando um fato despertou a atenção de
todos. Após consagrar a hóstia e pôr na boca da beata Maria de Araújo, viu a
mesma transformar-se em sangue.
Segundo
historiadores, a notícia correu e passou a atrair fiéis de todos os lugares.
Enquanto a localidade ia se transformando num centro de romarias, Padre Cícero
era suspenso das ordens. Muitas foram as versões para os fatos ainda hoje objeto
de estudos. As peregrinações tiveram continuidade e até cresceram após a morte
do “Padim”. Hoje, Juazeiro do Norte acolhe cerca de 2,5 milhões de romeiros por
ano.
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