Não dá para enumerar as atrocidades cometidas por Lampião. Sob o escudo da
vingança, ele tornou-se um “expert” em “sangrar” pessoas, enfiando-lhes longos
punhais corpo adentro entre a clavícula e o pescoço. E consentiu que marcassem
rostos de mulheres com ferro quente. Arrancou olhos, cortou orelhas e línguas.
Castrou um homem dizendo que ele precisava engordar.
Não há nada que justifique práticas assim. Mas muitos pesquisadores tentam
explicá-las. “Lampião é um produto do seu meio”, arrisca Paulo Medeiros Gastão,
presidente da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço, com sede em Mossoró
(RN). “Ele foi levado por fatores ligados à vida no sertão, como ignorância,
secas, ausência de governo e de Justiça”, diz Gastão. Mas argumentos assim,
alegados por muitos estudiosos, não são suficientes para entender Lampião. É o
que garante o historiador americano Billy Jaynes Chandler, especialista do
assunto: “Sua história, com todas as suas excentricidades, é toda dele”.
O ambiente em que o bandido cresceu, porém, tem seu peso. De acordo com Vera
Lúcia F. C. Rocha, da Universidade Estadual do Ceará, “o código de honra do
sertão não culpabiliza os homens que matam por vingança, mas enaltece sua
coragem”. Vera, que acaba de lançar o livro Cangaço: Um Certo Modo de Ver, lembra
que aquela sociedade repete para os meninos: “Seja homem”. Será que era a essa
expectativa que Virgulino Ferreira tentava atender?
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