A maior parte das fotos de cangaceiros incluindo Lampião e Maria Bonita foi feita por Benjamin Abrahão Botto sírio/libanês migrou para o Brasil em 1915, fugindo da guerra.
Aqui no Brasil tornou-se mascate de tecidos e miudezas, e posteriormente passou a ser secretário do Padre Cícero Romão Batista.
Em uma das viagens feitas por Virgulino Ferreira da Silva ao Ceará/Juazeiro do Norte, na finalidade de falar com o Padre Cícero Romão Batista, Benjamim Abraão conheceu o assecla em 1926.
Depois da morte de Padre Cícero, Abrahão teve permissão para acompanhar
o bando na caatinga e realizar as imagens que o imortalizaram. Para esta realização de fotos teve
a parceria do cearense Ademar Bezerra de Albuquerque, que era proprietário da ABAFILM, que, além
de emprestar os equipamentos, ensinou o fotógrafo seu uso.
Benjamin Abrahão teve o desprazer de ver os seus trabalhos apreendidos pela ditadura de Getúlio Vargas, que nele viu um
opositor ao regime.
Benjamin Abrão morreu em 1938 esfaqueado com um total de quarenta e duas facadas), crime nunca
esclarecido. Acredita-se que tenha sido um crime político, possivelmente a mando de poderosos políticos.
Abaixo, o texto do próprio Lampião, valorizando a autenticidade das fotos feitas pelo Abrahão
Botto (A grafia é original).
Illmo Sr.
Benjamim Abrahão
Saudações
Venho lhi
afirmar que foi a primeira peçoa que conceguiu filmar eu com todos os meus
peçoal cangaceiros, filmando assim todos us muvimento da noça vida nas catingas
dus sertões nordestinos.
Outra peçoa
não conciguiu nem conciguirá nem mesmo eu consintirei mais.
Sem mais do
amigo
Capm Virgulino
Ferreira da Silva
Vulgo Capm
Lampião
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