Era um bando
perfumado… Pela falta de água e até mesmo de tempo para cuidar da higiene,
lançava mão dos perfumes para “amortecer” o cheiro do suor assim como fez a
nobreza, em outras épocas, na Europa.
A ex-cangaceira Sila
Sila uma das sobreviventes do massacre
de Angico contava que ‘jogavam” vários perfumes e de preferência o Royal Briar,
de cheiro forte e famoso nos anos 30 que adotava o slogan “o perfume que deixa
saudades”. E inspirou o filme “Baile Perfumado”, de Lírio Ferreira e Paulo Caldas
(1966). Sim, os cangaceiros e cangaceiras se perfumavam para dançar. Aliás,
perfumes e joias, eram características do bando. E quem sentiu o cheiro delas
não esqueceu… Essa Maria, que faz jus ao apelido, morreu há exatos 76 anos, num
alvorecer de 28 de julho de 1938, em Sergipe. Sua morte, bem como a dos demais
do bando só aconteceu ali, mediante uma traição. E hoje, mais de meio século
depois, Maria Bonita e Lampião continuam reinando. Se sabia de longe quando o bando se aproximava
de uma cidade, vila ou povoado.
Lampião e Maria Bonita
Contam que Lampião costumava andar, com o
bando, contra o vento para não serem identificados. Muitas cidades do Sertão
nordestino ainda guardam, no imaginário popular, lembranças desses indivíduos
que tanto atemorizavam. Realizam vários eventos relembrando o episódio da morte
de Lampião e sua Maria, para não deixar esquecer o que o casal representou.
Volante Panta de Godoy
A
morte violenta de Maria Bonita faz revoltam a todos. O soldado Panta de Godoy,
como era chamado, contou se vangloriando, que, após atirar pelas costas dela,
cortar a sua cabeça ainda viva, “levantei a saia dela com a boca do fuzil para
ver a cor da “caçola”. Era encarnada. Apanhei o bornal com mais de um quilo de
ouro”. E ainda: outro soldado cortou a blusa para mexer.. Achando pouco,
pepinaram todo o corpo dela com facão. Mas nada disso adiantou. Se a polícia
pensou que com esse ato selvagem, ela e Lampião iriam ser esquecidos, se
enganou. Essa crueldade foi destacada na mídia, bem como o massacre do bando.
Não houve tempo para defesa. O grande responsável, entretanto, pela divulgação
do cangaço e da mulher de Lampião.
Hoje, Maria Bonita, uma baiana de Paulo
Afonso, 76 anos depois de morta, empresta seu nome a restaurantes, boutiques,
salões de beleza, grifes e, sobretudo inspiração na literatura e cinema. Isso
porque ela teve coragem de romper paradigmas dos anos 30 e seguir seu amado
pelas caatingas nordestinas até a morte. Virou mito. Umburana de Cheiro
Fonte: facebook
Página: Marise Helena de Araújo
Link: Marise Helena de
Araújo
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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