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segunda-feira, 30 de maio de 2016

ERA UM BANDO DE CANGACEIROS PERFUMADO


Era um bando perfumado… Pela falta de água e até mesmo de tempo para cuidar da higiene, lançava mão dos perfumes para “amortecer” o cheiro do suor assim como fez a nobreza, em outras épocas, na Europa.

A ex-cangaceira Sila

Sila uma das sobreviventes do massacre de Angico contava que ‘jogavam” vários perfumes e de preferência o Royal Briar, de cheiro forte e famoso nos anos 30 que adotava o slogan “o perfume que deixa saudades”. E inspirou o filme “Baile Perfumado”, de Lírio Ferreira e Paulo Caldas (1966). Sim, os cangaceiros e cangaceiras se perfumavam para dançar. Aliás, perfumes e joias, eram características do bando. E quem sentiu o cheiro delas não esqueceu… Essa Maria, que faz jus ao apelido, morreu há exatos 76 anos, num alvorecer de 28 de julho de 1938, em Sergipe. Sua morte, bem como a dos demais do bando só aconteceu ali, mediante uma traição. E hoje, mais de meio século depois, Maria Bonita e Lampião continuam reinando. Se sabia de longe quando o bando se aproximava de uma cidade, vila ou povoado. 

Lampião e Maria Bonita

Contam que Lampião costumava andar, com o bando, contra o vento para não serem identificados. Muitas cidades do Sertão nordestino ainda guardam, no imaginário popular, lembranças desses indivíduos que tanto atemorizavam. Realizam vários eventos relembrando o episódio da morte de Lampião e sua Maria, para não deixar esquecer o que o casal representou. 

Volante Panta de Godoy

A morte violenta de Maria Bonita faz revoltam a todos. O soldado Panta de Godoy, como era chamado, contou se vangloriando, que, após atirar pelas costas dela, cortar a sua cabeça ainda viva, “levantei a saia dela com a boca do fuzil para ver a cor da “caçola”. Era encarnada. Apanhei o bornal com mais de um quilo de ouro”. E ainda: outro soldado cortou a blusa para mexer.. Achando pouco, pepinaram todo o corpo dela com facão. Mas nada disso adiantou. Se a polícia pensou que com esse ato selvagem, ela e Lampião iriam ser esquecidos, se enganou. Essa crueldade foi destacada na mídia, bem como o massacre do bando. Não houve tempo para defesa. O grande responsável, entretanto, pela divulgação do cangaço e da mulher de Lampião. 


Hoje, Maria Bonita, uma baiana de Paulo Afonso, 76 anos depois de morta, empresta seu nome a restaurantes, boutiques, salões de beleza, grifes e, sobretudo inspiração na literatura e cinema. Isso porque ela teve coragem de romper paradigmas dos anos 30 e seguir seu amado pelas caatingas nordestinas até a morte. Virou mito. Umburana de Cheiro

Fonte: facebook

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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