O sofrimento
das mulheres nordestinas, nos caminhos de Lampeão, eram muito sofridos. Se
ricas, corriam o perigo de serem sequestradas, estupradas (se os pais fossem
contra os cangaceiros) ou até mesmo iludidas... Aquelas que viviam com o bando,
mesmo por vontade própria, sofriam suas mazelas caladas e se entregavam as
parteiras e rezadeiras para cuidar dos achaques. Muitas perderam a vida por
doença, ciúme dos maridos, abortos e partos... Outras eram escorraçadas por não
serem mais de serventia... Outras tantas viam seus filhos, pequenos, morrerem
sem o devido cuidado ou teriam que abandoná-los nas igrejas ou doados aos
coiteiros, na esperança que crescessem e se salvassem daquela vida sem
esperanças... Umburana de Cheiro
O DESTINO DE
ADELAIDE
Informação Geraldo Júnior - Apenas
uma correção: Rosinha (Grávida) é a que aparece à direita da foto e Adelaide à
esquerda.
Adelaide Nascida
em Poço Redondo, Sergipe, tinha muitos irmãos. Os pais Pureza e Lé eram
respeitados na redondeza.
O cangaceiro Mariano companheiro da Rosinha
Por volta de 1934, os cangaceiros Mariano e Criança
começaram a visitar a localidade e simpatizam com as irmãs Adelaide (lado D) e
Rosinha que eram bonitinhas e simpáticas. Os cangaceiros não hesitaram e
levaram as duas para o bando. Rosinha ficou com Mariano e Adelaide foi
escolhida por Criança. Este ficou perdidamente apaixonado pela companheira,
sendo de uma fidelidade canina.
O cangaceiro Criança
Pouco tempo depois, Adelaide engravida. Cuidados redobrados com as andanças nas caatingas. É então chegada a hora do parto. Complicado desde o início, Criança chamou uma parteira experiente, mas a situação era difícil. Foi chamada uma segunda parteira e quase nada adiantou. O sofrimento foi grande. Mãe e filho morreram. Os dois foram enterrados diante de muita comoção.
Criança, o pai, entrou em desespero. Gritava, urrava, esbravejava.
Completamente fora de si. Só não se matou, porque seu amigo Mariano tomou a
arma e deu-lhe muita bebida. Foi à maneira que o cangaceiro encontrou para
aliviar a dor do companheiro. Pelo menos naquela hora. Criança, completamente
sem noção, dançava, ria e chorava. No dia seguinte, ele “era um molambo”. Mas
na vida cangaceira, não havia tempo e nem condições para lamúrias, sentimentos…
Dulce Menezes ex-companheira de Criança. A única e última cangaceira viva até hoje.
Tanto que, o cangaceiro viúvo esqueceu o passado ao conhecer a doce Dulce, uma
bela moça com jeito de menina que ainda vive em São Paulo. Recentemente deu
entrevista para TV.
Fonte:
Mulheres do Cangaço
Fonte:
facebook
Página:
Marise
Helena de Araújo
Grupo:
O Cangaço
Link:
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