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segunda-feira, 30 de maio de 2016

MULHERES DO CANGAÇO

Por Marise Helena de Araújo

O sofrimento das mulheres nordestinas, nos caminhos de Lampeão, eram muito sofridos. Se ricas, corriam o perigo de serem sequestradas, estupradas (se os pais fossem contra os cangaceiros) ou até mesmo iludidas... Aquelas que viviam com o bando, mesmo por vontade própria, sofriam suas mazelas caladas e se entregavam as parteiras e rezadeiras para cuidar dos achaques. Muitas perderam a vida por doença, ciúme dos maridos, abortos e partos... Outras eram escorraçadas por não serem mais de serventia... Outras tantas viam seus filhos, pequenos, morrerem sem o devido cuidado ou teriam que abandoná-los nas igrejas ou doados aos coiteiros, na esperança que crescessem e se salvassem daquela vida sem esperanças... Umburana de Cheiro

O DESTINO DE ADELAIDE

Informação Geraldo Júnior - Apenas uma correção: Rosinha (Grávida) é a que aparece à direita da foto e Adelaide à esquerda.

Adelaide Nascida em Poço Redondo, Sergipe, tinha muitos irmãos. Os pais Pureza e Lé eram respeitados na redondeza. 

O cangaceiro Mariano companheiro da Rosinha

Por volta de 1934, os cangaceiros Mariano e Criança começaram a visitar a localidade e simpatizam com as irmãs Adelaide (lado D) e Rosinha que eram bonitinhas e simpáticas. Os cangaceiros não hesitaram e levaram as duas para o bando. Rosinha ficou com Mariano e Adelaide foi escolhida por Criança. Este ficou perdidamente apaixonado pela companheira, sendo de uma fidelidade canina.

O cangaceiro Criança

Pouco tempo depois, Adelaide engravida. Cuidados redobrados com as andanças nas caatingas. É então chegada a hora do parto. Complicado desde o início, Criança chamou uma parteira experiente, mas a situação era difícil. Foi chamada uma segunda parteira e quase nada adiantou. O sofrimento foi grande. Mãe e filho morreram. Os dois foram enterrados diante de muita comoção.

Criança, o pai, entrou em desespero. Gritava, urrava, esbravejava. Completamente fora de si. Só não se matou, porque seu amigo Mariano tomou a arma e deu-lhe muita bebida. Foi à maneira que o cangaceiro encontrou para aliviar a dor do companheiro. Pelo menos naquela hora. Criança, completamente sem noção, dançava, ria e chorava. No dia seguinte, ele “era um molambo”. Mas na vida cangaceira, não havia tempo e nem condições para lamúrias, sentimentos… 

Dulce Menezes ex-companheira de Criança. A única e última cangaceira viva até hoje.

Tanto que, o cangaceiro viúvo esqueceu o passado ao conhecer a doce Dulce, uma bela moça com jeito de menina que ainda vive em São Paulo. Recentemente deu entrevista para TV.

Fonte: Mulheres do Cangaço

Fonte: facebook
Grupo: O Cangaço

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