Por Analucia
A simples
menção ao nome de Lampião fazia tremer o cabra mais macho do Nordeste.
Virgulino Ferreira da Silva aterrorizou o sertão, entre 1916 e 1938, com seu
bando que contava 200 homens. Mas, quando não estava em combate o cangaceiro
se atracava com agulhas e linhas para costurar e bordar, lindamente, roupas,
revestimentos para cantil, cinturões, bornais (espécie de bolsa) e os lenços
que usava.
Seu bando exibia uniformes bordados com flores, estrelas e símbolos
místicos. Embora cause estranheza, este apuro estético tinha uma finalidade:
servia para despertar admiração entre a população e, também, como patente
hierárquica do bando. Lampião acreditava ainda que alguns símbolos blindavam
seus homens contra maus espíritos.
O lado excêntrico, narcísico e quase
marqueteiro do famoso cangaceiro emerge da vontade de Lampião incutir os
valores do cangaço aos homens do seu bando e estabelecer a diferença entre a
sua tropa e os “outros.” Lampião, aliás, odiava ser confundido com cangaceiros
comuns.
A força da roupagem luxuosa que ele criava e incluía metais e até ouro,
além de moedas e espelhinhos, chegou a influenciar as vestimentas dos
policiais. Antes de costurar, ele pegava um papel pardo e desenhava, depois
levava o papel para a máquina Singer e cobria o tecido. “Ele não era apenas o
executor do bordado. Era também o estilista”.
Para Frederico Mello, era tudo
grandão, pesado. Não tinha nada de delicadinho. Se tivesse escolhido a
profissão de costureiro, Lampião (até hoje constantemente revisitado pela
indústria fashion) certamente teria tido uma carreira brilhante.
Fonte: facebook
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