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terça-feira, 14 de junho de 2016

A SIMPLES MENÇÃO AO NOME DE LAMPIÃO FAZIA TREMER O CABRA MAIS MACHO DO NORDESTE.

Por Analucia

A simples menção ao nome de Lampião fazia tremer o cabra mais macho do Nordeste. Virgulino Ferreira da Silva aterrorizou o sertão, entre 1916 e 1938, com seu bando que contava 200 homens. Mas, quando não estava em combate o cangaceiro se atracava com agulhas e linhas para costurar e bordar, lindamente, roupas, revestimentos para cantil, cinturões, bornais (espécie de bolsa) e os lenços que usava. 


Seu bando exibia uniformes bordados com flores, estrelas e símbolos místicos. Embora cause estranheza, este apuro estético tinha uma finalidade: servia para despertar admiração entre a população e, também, como patente hierárquica do bando. Lampião acreditava ainda que alguns símbolos blindavam seus homens contra maus espíritos. 


O lado excêntrico, narcísico e quase marqueteiro do famoso cangaceiro emerge da vontade de Lampião incutir os valores do cangaço aos homens do seu bando e estabelecer a diferença entre a sua tropa e os “outros.” Lampião, aliás, odiava ser confundido com cangaceiros comuns. 

A força da roupagem luxuosa que ele criava e incluía metais e até ouro, além de moedas e espelhinhos, chegou a influenciar as vestimentas dos policiais. Antes de costurar, ele pegava um papel pardo e desenhava, depois levava o papel para a máquina Singer e cobria o tecido. “Ele não era apenas o executor do bordado. Era também o estilista”. 

Para Frederico Mello, era tudo grandão, pesado. Não tinha nada de delicadinho. Se tivesse escolhido a profissão de costureiro, Lampião (até hoje cons­tantemente revisitado pela indústria fashion) certamente teria tido uma carreira brilhante.

Fonte: facebook
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