Por Analucia Gomes
O amor de Maria Bonita e Lampião provocou uma revolução no cotidiano dos
cangaceiros. Uma sertaneja amoleceu o coração de pedra do Rei do Cangaço. Foi
Maria Gomes de Oliveira, a Maria Déa, também conhecida como Maria Bonita à
primeira mulher a entrar no cangaço.
Antes dela, outros bandoleiros chegaram a
ter mulher e filhos, mas nenhuma esposa até então havia ousado seguir o
companheiro na vida errante no meio da caatinga.
O primeiro encontro entre os
dois foi em 1929, em Malhada de Caiçara (BA), na casa dos pais de Maria, então
com 17 anos e sobrinha de um coiteiro de Virgulino. No ano seguinte, a moça
largou a família e aderiu ao cangaço, para viver ao lado do homem amado. Quando
soube da notícia, o velho mestre de Lampião, Sinhô Pereira, estranhou.
Ele nunca
permitira a presença de mulheres no bando. Imaginava que elas só trariam a
discórdia e o ciúme entre seus “cabras”. Depois da chegada de Maria Déa, em
1930, muitos outros cangaceiros seguiram o exemplo do chefe. Mulher cangaceira
não cozinhava, não lavava roupa e, como ninguém no cangaço possuía casa, também
não tinha outras obrigações domésticas.
No acampamento, cozinhar e lavar eram
tarefa reservada aos homens. Elas também só faziam amor, não faziam a guerra: à
exceção de Sila, mulher do cangaceiro Zé Sereno e com Maria Bonita não foi
diferente. Desde que passou a ter Maria Bonita a seu lado, Lampião alterou a
vida de eterno nômade por momentos cada vez mais alongados de repouso,
especialmente em Sergipe.
A influência de Maria Déa sobre o cangaceiro era visível.
“Lampião mostrava-se bem mudado”. Sua agressividade se diluía nos braços de
Maria Déa. Lampião e Maria tiveram uma filha, Expedita, nascida em 1932.
Pernambucano de Mello. Foto: Expedita Ferreira.
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10208910020781499&set=gm.1266698626676586&type=3&theater
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário