Para
construção da hidrelétrica de Angiquinho, a primeira do Nordeste, Delmiro
Gouveia importa maquinarias da Alemanha, da Suíça e dos Estados Unidos.
Contrata um engenheiro italiano, Luigi Borella, e outros europeus. Todos
receiam descer na queda de Angiquinho, a oitenta e quatro metros de
profundidade, onde vai ser instalada a primeira turbina. Delmiro Gouveia pede
que o amarrem pela cintura, desce e orienta pessoalmente a instalação com a
naturalidade de um itinerante de abismos.
Contudo, não faz cavalo de batalha dessa façanha. Proclama que o triunfo pertence a todos os colaboradores, sem qualquer discriminação hierarquia. E a todos recompensa. O seu critério de justiça social leva-o a mostrar-se reconhecido até aos animais. Ele fala aos bichos que haviam transportado, nas pranchas com rodas, os equipamentos da primeira usina hidrelétrica. Compõe uma cena patética quando grita aos bois e aos burros:
- Estão todos aposentados. São também meus operários e meus irmãos!
E manda soltá-los nas pastagens para comer e dormir durante o resto da vida.
Do livro: A
"ESTRELA" DE PEDRA: DELMIRO GOUVEIA, CIVILIZADOR DE TERRAS, ÁGUAS E
GENTES
De: Mauro Mota
De: Mauro Mota
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