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segunda-feira, 19 de setembro de 2016

É LAMP, É LAMP, É LAMP, É VIRGULINO LAMPIÃO!

Por Gustavo Sandres

Os mais devaneadores contavam que Virgulino tinha “corpo fechado”. Falava-se que ele se misturava com a caatinga, seus cabelos eram tão espinhosos quanto o facheiro, seu corpo tão duro quanto o solo rochoso do sertão, um herói nascido da injustiça, tendo dentre suas fotos mais conhecidas uma que posa de joelhos com o bando, num momento de oração. 

Seu respeito pelo Padre Cícero é contado com evidência, à fé aproximando o cangaceiro minucioso, das pessoas comuns, dos simples agricultores, que também sofriam injustiças, só que nada podiam fazer. 

Havia quem não simpatizasse nenhum pouco com o Capitão Virgulino (até hoje), mas enquanto ele estava vivo nada era dito, sob o risco de uma retaliação fatal, até que na noite de 28 de julho de 1838, no meio da madrugada o acampamento é alvejado, Lampião morre, sua cabeça é decepada. Aí nasce o mito do cangaceiro. 


Enfrenta o Diabo no inferno, arromba as porteiras do paraíso, dá tapas na besta-fera, em São Pedro, no Cão Coxo e em qualquer um que cruzasse seu caminho. Com sua morte seus inimigos em terra finalmente criam coragem para verbalizar o seu respeito; insultando-o, ironizando e desmoralizando, mas não adiantava mais, já surgira o Heitor sertanejo, com direito a um amor Helênico e tudo mais. 

Lampião foi menos que um herói e mais que um bandido, Virgulino é um ser poético, e tudo que entra na poesia fica pra sempre encravado na cultura do povo. Ascenso Ferreira, Carlos Pena Filho, Murilo Mendes, são alguns dos poetas mais “refinados” que citaram o cangaceiro em sua obra e outras centenas de desconhecidos também o fizeram. A globalização atingiu o sertão, mas não há nada que minimize o valor da figura do cangaceiro. 

Gustavo Sandres

https://www.facebook.com/groups/ocangaco/permalink/1316434065036375/

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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