Quando se fala de Lampião e José do Telhado, entra-se na esfera de dois mitos.
Lampião nada tem a ver com a forma como é conhecida a equipa do Benfica; José
do Telhado, não assentava telhas nem andava, como os gatos, sobre os telhados
das casas.
José do Telhada à direita
José Teixeira da Silva nasceu no lugar do Telhado, freguesia de Castelões de Recezinhos (Portugal) em 1818; daí, José do Telhado. Virgulino Ferreira da Silva nasceu na Serra Talhada (Brasil) em 1898, 80 anos depois do português, mas ambos no mês de Junho; daí que se devia chamar Virgulino da Talhada, não fosse ter recebido a alcunha por ter alterado a sua arma de forma a que o seu cano ficava rubro como um lampião quando disparava.
Não se conheceram, muito embora José do Telhado estivesse refugiado uns tempos
no Brasil e Virgulino nunca visse as terras de Portugal. Virgulino nasceu
quando José do Telhado já havia falecido há 23 anos.
Ambos são vilões que a tradição virou ou transformou em heróis. Assaltavam, roubavam e matavam.
Diferenças entre eles:
Lampião tinha uma companheira, Maria Bonita, que fazia parte do bando; José do Telhado era casado com Maria Lentine de Campos, mas a sua companheira estava afastada da vida de meliante do marido.
Lampião era míope e usava óculos; José do Telhado tinha uma visão perfeita, quer de noite quer de dia, tendo mesmo combatido e morto um dos do seu bando num combate às escuras, em casa deste.
https://www.youtube.com/watch?v=i_6MmOOrDh4
José do Telhado usava umas soberbas barbas até ao peito; Lampião, se por acaso não andava escanhoado, não usava barba.
José do Telhado teve a fama de roubar aos ricos para dar aos pobres; Lampião roubava para si e para os seus.
Lampião compôs uma cantiga popular; José do Telhado não demonstrou qualquer sensibilidade poética ou musical, apesar de ter convivido, na prisão, com o escritor Camilo Castelo Branco.
Lampião foi morto pela polícia, tendo sido decepada a sua cabeça, bem como da companheira; José do Telhado morreu no desterro, em África.
Em comum:
Tanto a companheira de um como a do outro chamavam-se Maria.
Assaltavam quintas e fazendas.
Tinham mais de três dezenas de homens sob o comando, conhecidos por alcunhas ou sobrenomes que demonstravam as suas manhas e características.
A extrema coragem que demonstravam em combate e na liderança de homens difíceis de conduzir e dominar.
https://www.youtube.com/watch?v=fBR9wPp5gt8
Lampião está no cinema através do filme realizado por Benjamim Abrahão, em 1936, e na novela Mandacaru, de 1997, da Rede Manchete; José do Telhado tem dois filmes com o seu nome, um de 1929, realizado por Rino Lupo e outro realizado por Armando de Miranda em 1945.
Nas imagens que ilustram este texto: José do Telhado, de barba, ao lado de seu irmão; Lampião, com chapéu de cangaceiro ao lado de Maria Bonita, sentada, tendo junto os cães Ligeiro e Guarany.
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