Por Clerisvaldo B.
Chagas, 20 de dezembro de 2016 - Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano - Crônica 1.609
Convidei o Pai
dos pais e a Mãe das Mães para irmos juntos ao lazer da pesquisa geográfica,
ontem, domingo 19. Surpresa foi o dia bem movimentado para um final de semana,
mas tudo justificado pelo Natal que vem aí. Entrando pelo Bairro Cambona e
seguindo pelo Mutange, subimos até a Chã da Jaqueira de onde começamos a
apreciar o cenário paradisíaco da laguna Mundaú, a mais importante do estado. E
lá à frente encontramos a ladeira que dá acesso ao antigo distrito de Fernão
Velho, sem desgrudar os olhos da magnífica depressão. De fato, como dizia um
internauta, o declive não permite estacionar o veículo. Já deslizando pela
Mata Atlântica em área de reserva, logo chegamos à comunidade pesqueira
procurada.
Não havia mais
o ancoradouro no centro que era tão amplo e bonito. A desordem fez com que
todos os acessos à laguna fossem obstruídos pelas casas dos moradores mais
pobres. Obstruir o acesso à lagoa que alimenta mais de quinze mil pessoas é
como se fizesse o mesmo com a praia, um bem de todos com chegada garantida.
Outra decepção foi encontrar só as paredes da antiga fábrica de tecidos Carmem
que muito empregava e, faz parte da história econômica de Alagoas. Quebrou,
fechou e ficou abandonada, sem aproveitamento nenhum como museu, hospital,
escola e tantas outras utilidades para àquela gente.
Fizemos
amizade com um senhor que nos deu acesso à laguna, pesquisamos, entrevistamos,
fomos à Mata Atlântica, pois o distrito fica imprensado entre as águas
temperadas e as encostas para o Tabuleiro cobertas pela vegetação, preservada
por lei.
Acontece que
dois pontos importantíssimos para a Geografia de Alagoas que procurávamos,
ficaram para outra visita dentro de poucos dias. Lá vai, amigos, andarmos de
barco até esses lugares jamais mostrados em livros sobre o assunto. Aliás,
tem vários pontos da Geografia que serão mostrados em nosso trabalho como fotos
e narrações inéditas. Deixando a região, fomos para os mangues de Marechal
Deodoro e praias em Maceió como as do Sobral, Avenida da Paz, Pajuçara, Jatiúca
e Cruz das Almas. Na agenda: vegetação, turismo, indústria, restinga e
arrecife.
Fotos de
pesquisas que às vezes postamos, não são as que irão para o livro “Repensando a
Geografia de Alagoas”.
E como
pesquisar a ciência geográfica é prazer, diversão e felicidade, o domingo foi
mais doce do que o mel de uruçu.
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