Por Kydelmir Dantas
No Dia da Poesia
Eu lembro ainda criança
Quando pelo Rádio ouvia
Do inverno a esperança.
Vi viola, ouvi pandeiro
Tocar ali no terreiro
E o povo na contra-dança.
Eu lembro ainda criança
Quando pelo Rádio ouvia
Do inverno a esperança.
Vi viola, ouvi pandeiro
Tocar ali no terreiro
E o povo na contra-dança.
Lembro
de dona Angelita
Sorriso belo, voz mansa.
Chamando nós pra rezar
Agradecendo a bonança,
D’um ano bom de inverno.
E de seu Né com um terno
Lhe convidando pra dança.
Chamando nós pra rezar
Agradecendo a bonança,
D’um ano bom de inverno.
E de seu Né com um terno
Lhe convidando pra dança.
Lembro
do terreiro limpo
Lá no meu sítio São João
De Dona de João Tavares
No batente do oitão
Arrebanhando menino
As meninas se vestindo
Pr’assistir uma função.
De Dona de João Tavares
No batente do oitão
Arrebanhando menino
As meninas se vestindo
Pr’assistir uma função.
Lembro
as tias Cecília,
Dolores, Dária e Maria.
Que nos recebiam sempre
Com carinho e alegria.
Os tios, o tempo ‘levô’
José, Chico e Sinhô,
Pros mundos de ‘até um dia’.
Que nos recebiam sempre
Com carinho e alegria.
Os tios, o tempo ‘levô’
José, Chico e Sinhô,
Pros mundos de ‘até um dia’.
Me
recordo ainda mais
De Basto e seu mamulengo
Das festas do Pastoril
D’uma favada no quengo.
E o ‘chucái’ da boiada
Com aquela velha toada
Lengo, tengo, lengo tengo.
Das festas do Pastoril
D’uma favada no quengo.
E o ‘chucái’ da boiada
Com aquela velha toada
Lengo, tengo, lengo tengo.
Relembro
manos e manas:
Nenê, Babá e o Mima.
Kênia, Kilma e Raony
Este Deus chamou pra cima.
Ainda são meus amores,
Já que não posso dar flores,
Os presenteio com rima.
Kênia, Kilma e Raony
Este Deus chamou pra cima.
Ainda são meus amores,
Já que não posso dar flores,
Os presenteio com rima.
Lembro
demais, é verdade,
Do parque de diversão
Nas festas do Padroeiro,
De ano novo e São João.
Aí, me dá a vontade
De chorar, mas com saudade,
Dos tempos que lá se vão!
Nas festas do Padroeiro,
De ano novo e São João.
Aí, me dá a vontade
De chorar, mas com saudade,
Dos tempos que lá se vão!
Kydelmir Dantas é da cidade de Nova Floresta (PB), poeta, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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