Por João Suassuna
Meus Prezados,
Pelo
depoimento de Francisco Sarmento, ex Secretário de Recursos Hídricos da
Paraíba, dá para perceber o empirismo acerca do qual está sendo conduzido o
projeto da Transposição do rio São Francisco naquele Estado. Além de terem
prejudicado o poder de acumulação dos açudes de Poção e Camalaú, por intermédio
da abertura de rasgos nas paredes das represas, para abreviar o escoamento das
águas até Boqueirão de Cabaceiras, fica evidente que o racionamento de Campina
Grande ainda irá demorar mais um pouco para ser encerrado, em virtude dos
baixos volumes que estão chegando na represa de Boqueirão. Atualmente, o volume
do projeto que abastece a represa é de apenas 1,5 m³/s, sendo necessários, no
entanto, cerca de 5 m³/s para o racionamento ser encerrado nos próximos 3
meses, quando a referida represa sai do volume morto a que está atualmente
submetida. Além do mais, a população de Monteiro está revoltada, pois a água,
apesar de estar passando pelo município, não chega nas torneiras da população.
Mesmo com essa constatação, a população monteirense ainda reivindica volumes
para uso na irrigação da agricultura local. Além disso, não se fala nas
dificuldades de o rio São Francisco vir atender, com seus volumes, as demandas
hídricas existentes em Campina Grande, e de seu entorno, ficando as discussões
restritas, apenas e tão somente, aos problemas operacionais da obra. Em tais
casos, cabe ao poder público se pronunciar sobre essa questão. Afinal, a
represa de Sobradinho, localizada à montante das tomadas das águas desse mega
projeto, está com apenas 16% de sua capacidade preenchida, havendo perspectivas
de ela vir alcançar o volume morto no mês de novembro vindouro.
Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso
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