Um trio de primeira grandeza: Evaristo Cordel, Paiva Neves e Arievaldo Viana
A Imperatriz de Spinetta é um conto clássico alemão que , pela verve do poeta Paiva Neves foi adaptado para o cordel e virou "O Casamento da Imperatriz com o Bandoleiro Maiano". O cenário dessa história é a planície de Alexandria, palco das lutas carbonárias, em começo do século XIX. Spinetta, cidadezinha pacata e esquecida, vizinha de Marengo, cidade populosa e importante para a economia local. Em Spinetta viviam duas irmãs órfãs e a mais velha, noiva de um jovem carpinteiro, devido aos traumas da guerra, termina enlouquecendo e seu noivo, o jovem carpinteiro, virando chefe temido e famoso de um grupo de assaltantes de estradas, espécie de cangaceiros daquelas bandas.
O autor, Paul Johann Ludwig von Heyse, nasceu a 15 de março de 1830 e faleceu em 2 de abril de 1914. Foi um ilustre escritor e tradutor alemão. Membro de duas importantes sociedades literárias, o Tunnel über der Spree em Berlim e Die Krokodile em Munique. Escreveu romances, poesia, 177 contos e cerca de sessenta dramas. A soma das muitas e variadas produções de Heyse fez dele uma figura dominante entre os homens de letras alemães. Recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1910 "como uma homenagem à consumada arte, permeada de idealismo, que demonstrou durante sua longa carreira produtiva como poeta lírico, dramaturgo, romancista e escritor de contos de renome mundial". Wirsen, um dos juízes do Nobel, disse que "a Alemanha não tem um maior gênio literário desde Goethe ". Heyse é o quinto mais velho laureado na literatura, depois de Doris Lessing , Theodor Mommsen , Alice Munro e Jaroslav Seifert
Agora leia os versos iniciais da poesia de Paiva Neves e para ler a obra completa faça seu pedido pelo
E-mail cordelariaflordaserra@gmail.com ou pelo WhatsApp (085)
9.99569091
Invoco agora Virgílio,
O valoroso poeta
Que guiou o grande Dante
Numa viagem completa,
Para que eu conte a história
Da imperatriz de Espineta.
Está repleta esta história
De amor e valentia,
De rancor e de vingança,
De terror e covardia.
Relatarei a bravura
Na rima da poesia.
Perto da velha Marengo,
Província de Alexandria,
Uma cidade pacata
Há muito tempo existia.
Com paz e felicidade,
Seu povo sobrevivia.
O seu nome era Espineta,
Vila sem prosperidade.
Vivia da agricultura
O povo dessa cidade,
Tranquilos viviam os velhos
E feliz a mocidade.
O sossego era reinante
No seio daquele povo.
Dormiam de porta aberta,
Não era roubado um ovo.
Respeitavam o idoso
E cuidavam bem do novo.
Marengo, sua vizinha,
Cidade de grande porte,
No ramo comercial
Tinha seu grande suporte.
Porém, certo dia, a guerra
Trouxe a dor, o pranto, a morte.
A Batalha de Marengo
Registrou-se na História.
Foi quando Napoleão
Alcançou grande vitória
E o exército francês
Teve um momento de glória.
Depois de finda a batalha,
Lá foram historiadores
Para descrever a luta
E também os dissabores
Daquela guerra insana
Que trouxe tantos horrores.
Nesse episódio, Espineta
Foi totalmente esquecida.
Sua importância era pouca
Nessa luta fratricida
Em que povos irmanados
Atentavam contra a vida.
Espineta só servia
Pra fornecer hospedagem
Aos grupos de estudiosos
Que ali vinham de passagem,
E, depois de pernoitarem,
Prosseguiam em viagem.
Aldeia sem importância,
Mas com um povo feliz,
O qual gravou na memória
O dia em que, na matriz,
Casou-se um Imperador
Com formosa imperatriz.
Além da celebração
Que fizeram juramento,
De felicidade eterna
No ato do casamento,
Desse casal de monarcas
Foi feito o coroamento.
Foi esse fato esquecido
Pelos historiadores.
Mas a tradição oral
Comum aos agricultores
Fez seu registro nos versos
De poetas trovadores.
Um folheto foi impresso
E, aos milhares, vendido
Nas feiras e nos mercados,
Sendo muito difundido.
Dessa maneira, esse caso
Nunca ficou esquecido.
O embrião dessa história,
Foi um dia especial
Em que o Imperador
Com o seu Exército real
Desfilou por Espineta
Pela rua principal.
Imperatriz de Espineta,
Segundo uma tradição,
Ainda é muito lembrada
Lá naquela região.
Baseado nesse conto,
Faço minha narração.
Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário