O Grande
Gatsby é o oitavo folheto da caixa 01, da coleção Obras Primas em Cordel de
autoria de Stélio Torquato Lima. As duas caixas, cada uma com 10 cordéis serão
lançadas em abril, na Bienal Internacional do Livro do Ceará. Nessa adaptação
de "O Grande Gatsby" para o cordel, o poeta Stélio Torquato fez sua
narrativa poética com 113 estrofes de 07 versos.
O Grande Gatsby foi publicado pela primeira vez em 10 de abril de 1925. Passando-se em Nova Iorque e na cidade de Long Island durante o verão de 1922, a narrativa configura-se em uma crítica ao "Sonho Americano", mostrando o quanto o materialismo pode destruir os valores e até mesmo as pessoas. Para demonstrar isso, a obra tem como foco de análise crítica a vida cheia de desilusões da alta sociedade americana durante os agitados anos 20. Embora, durante a vida do autor, a obra tenha despertado pouco interesse junto ao público, ela veio a alcançar grande popularidade com o passar do tempo. Um indicador disso pode ser as cinco versões que a obra já inspirou para o cinema, indo desde o filme mudo de 1926 (com Warner Baxter e Louis Wilson nos papéis principais) até a recente versão, de 2013, dirigida por Baz Luhrmann, e protagonizado por Leonardo DiCaprio e Carey Mulligan. Cabe destacar ainda a versão de 1974, em que as personagens centrais são representadas por Robert Redford e Mia Farrow.
Leia os versos inicias da obra de Stélio Torquato e para ler o restante do cordel faça seu pedido pelo Email cordelariaflordaserra@gmail.com ou pelo whatsApp (085) 999569091
Nick Carraway é meu nome,
Saiba o leitor (ou ouvinte).
Narro um caso que ocorreu
Nos distantes anos 20,
Época de diversão,
De festas, contestação
E também muito requinte.
Durante a “Era do Jazz”,
Como assim foi batizada,
Toda a moral puritana
Passou a ser contestada.
Tempo de prosperidade
No qual a moralidade
Foi bastante confrontada.
As mulheres, por exemplo,
Os seus cabelos cortavam.
Usavam saias bem curtas,
Aos prazeres se entregavam,
Dirigiam o próprio carro
E a bebida e o cigarro,
Em público, utilizavam.
Sou filho daquele tempo.
Entretanto, aqui confesso
Que eu me sentia confuso
Em meio à bulha em excesso
De uma louca geração
Que enxergava a tradição
Como uma rival do progresso.
Nesses turbulentos anos
Foi que vim a conhecer
O milionário Jay Gatsby,
Cuja saga irei trazer
Nestas linhas que ora traço,
Sem mentira ou estardalhaço,
Cumprindo bem meu dever.
Tudo ocorreu em Long Island
(E Nova York é o Estado).
Existe lá uma baía,
Ficando, de cada lado,
O East Egg (Ovo Leste)
E o West Egg (Ovo Oeste).
Fique o leitor informado.
Já fazia muitos anos
Que no Ovo Oeste eu vivia.
Embora ganhando pouco,
Tranquila a vida seguia,
Eu guardara algum dinheiro,
Que, para um jovem solteiro,
Era uma excelente quantia.
A minha tranquilidade
A ter um fim começou
Quando Daisy, minha prima,
Numa ligação informou
Que no Ovo Leste havia
Comprado então moradia.
Depois disso, acrescentou:
“Agora, sendo vizinhos,
Desculpa não mais terá.
Dessa maneira, amanhã,
Sem falta, aqui jantará.
Estou morta de saudades.
Traga muitas novidades
Quando aparecer por cá.”
E com um abraço sincero,
Fui por ela recebido.
Com a mesma cordialidade,
Tom Buchanan, seu marido,
Mostrou-me a nova morada,
Que ele e a sua amada
Tinham há pouco adquirido.
Além de mim, uma jovem
Se achava ali de visita.
Jordan Baker, a tal moça,
Era elegante e bonita.
Quando soube onde eu vivia,
Com indisfarçável euforia,
Perguntou-me a senhorita:
“E conhece o senhor Gatsby?
Também no Ovo Oeste mora.”
“Gatsby? É o nome que disse?”
– Daisy falou, sem demora.
Quis falar que o conhecia,
Mas o criado trazia
Nosso jantar nessa hora.
Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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