Por Clerisvaldo B.
Chagas, 2 de janeiro de 2013. - Crônica Nº 939
Todo o
Nordeste é rico em historietas de personagens locais interessantes. Aqui em
nossa terra, amigo José Mendes Pereira, certo comerciante não conseguia receber os
fiados anotados em um caderno. Chamou, então, um sujeito, muito engraçado,
músico e que gostava de contar passagens bonitas. Fez-lhe uma proposta de 50%
do pagamento recebido dos fiados, se o músico conseguisse receber dos seus
clientes. Fechado o negócio, o esperto, que se chamava Lourival Amaral, não deu
tréguas aos devedores do comerciante. Recebia as dívidas de qualquer maneira:
em dinheiro, em aves, bezerros, porcos, galinhas e assim por diante, mas nada
de aparecer perante o dono do comércio.
José Mendes Pereira
Lendo o
artigo de José Mendes Pereira no seu blog no qual participo (com muita honra) e
o acompanho, deparei-me com Pedro Leão. Pedro Leão era um personagem popular,
comerciante com suas manias, com seu modo de vida diferenciado que, esquecido,
caiu no resgate da perspicácia do Mendes no seu blog
(blogdomendesemendes.blogspot.com.br).
Primeiro, é feita uma reflexão sobre os
registros da história elaborada mais para elite, enquanto os atores secundários
da vida vão passando e ficando esquecidos.
Aqui, acolá surgem escritores,
jornalistas, colunistas, preocupados com o cotidiano das ruas e passam a
observar tipos curiosos da cidade que irão posteriormente para anotações.
Na
minha terra têm pessoas que resgatam esses tipos populares inusitados, o
bêbado, o doido, a prostituta, o estudante, o comerciário que chamam a atenção
pelo modo diferente de ser.
José Mendes, lá para as bandas de Mossoró, teve sua
atenção despertada para o comerciante de ferragens Pedro Leão e seu hábito de
beber cerveja após o meio expediente. O modo de contar as cervejas bebidas e os
tira-gostos trazidos para o lápis do garçom tinha mesmo que ser registrado por
alguém.
Como contabilizar os tira-gostos contando por apenas uma perna de cada
rolinha digerida e, as cervejas, pelas tampas, ao invés de garrafas vazias?
Somente lendo o Mendes no seu artigo “Pedro Leão”, de 17 de julho de 2011, o
prezado leitor ficará sabendo.
Cansado de
esperar o resultado, o comerciante procurou o músico e perguntou-lhe sobre o
negócio. Este respondeu que tinha conseguido receber apenas 50%. “E aí, como
ficamos?” “Bem ─ respondeu o músico ─ recebi apenas a minha parte, os 50%
combinado, o restante eu desisti”.
Amigo José
Mendes Pereira, continue registrando esses fatos inéditos da terra que expulsou
Lampião e enfeixe-os num livro de coisas engraçadas. Mossoró há de reconhecer o
seu trabalho. Eu mesmo quero ler mais histórias dos TIPOS POPULARES DO MENDES.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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