A Missa Campal
em São Cristóvão, no Rio de Janeiro, em 17 de maio de 1888, foi uma celebração
de Ação de Graças pela libertação dos escravos no Brasil, decretada quatro dias
antes, com a assinatura da Lei Áurea. A festividade contou com a presença da
princesa Isabel, regente imperial do Brasil, e de seu marido, o conde D´Eu,
príncipe consorte, que, na foto, está ao lado da princesa, além de autoridades
e políticos. De acordo com os jornais da época, foi um “espetáculo imponente,
majestoso e deslumbrante”, ocorrido em um “dia pardacento” que contrastava com
a alegria da cidade.
Cerca de 30
mil pessoas estavam no Campo de São Cristóvão. Dentre elas, o fotógrafo Antonio
Luiz Ferreira que há muito vinha documentando os eventos da campanha
abolicionista brasileira desde suas votações e debates até as manifestações de
rua e a aprovação da Lei Áurea. Não se conhece um evento de relevância nacional
que tenha sido tão bem fotografado anteriormente no Brasil. No registro da
missa campal é interessante observar a participação efetiva da multidão na
foto, atraída pela presença da câmara fotográfica, o que proporciona um
autêntico e abrangente retrato de grupo.
Antonio Luiz
Ferreira presenteou a princesa Isabel com 13 fotos de acontecimentos em torno
da Abolição. Essas fotos fazem parte da Coleção Princesa Isabel que se encontra
em Portugal, conservada por seus descendentes. Além desses registros, Ferreira
tirou duas fotos das duas missas realizadas em ação de graças pela Abolição.
Uma delas, a principal, intitulada “Missa campal celebrada em ação de graças
pela Abolição da escravatura no Brasil”, é a que está aqui destacada e faz
parte da Coleção Dom João de Orleans e Bragança. A outra missa foi celebrada
pela Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos.
Outros três registros foram feitos por Ferreira no dia 22 de agosto de 1888 e
documentaram o retorno do imperador Pedro II ao Brasil. Também foram ofertados
à princesa Isabel.
Ao todo,
Antonio Luiz Ferreira fotografou 18 cenas ligadas às celebrações de 1888 e com
isso, apesar de ter tido uma carreira discreta, tornou-se um importante
fotógrafo do século XIX. As imagens captadas por ele nessas datas tão marcantes
da história do Brasil caracterizam-se pela expressividade dos rostos
retratados, decorrência da relevância do fato e da fascinação causada pela
câmara fotográfica.
A pesquisadora
e editora-assistente da Brasiliana Fotográfica, Andrea Wanderley*, identificou
a presença de Machado de Assis na fotografia da Missa Campal de Ação de Graças
pela Abolição da Escravatura realizada no dia 17 de maio de 1888, no Campo de
São Cristóvão, no Rio de Janeiro.
Fonte: Portal
Brasiliana Fotográfica
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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