Por Rangel Alves da Costa
José Ventura Lins, mais conhecido como Zé Leobino, nasceu em Poço Redondo pelos idos de 1924. Vaqueiro afamado, reconhecido por sua garra e tenacidade na caçada do boi, na juntada do gado e nas lides dos currais e das malhadas grandes, Zé Leobino passou a simbolizar a autenticidade do vaqueiro nordestino.
Seu reconhecimento aumentou quando passou a prestar serviço de vaqueirama na antiga e lendária Fazenda Cuiabá, da família Brito (Coronel Chico Porfírio de Brito, e depois seus filhos Antônio e Hercílio Brito), na região de Canindé de São Francisco, onde trabalhou durante trinta e cinco anos.
Com a desapropriação da fazenda para fins de reforma agrária, Zé Leobino foi fincando moradia ainda em Canindé, onde teve um intenso trabalho de mídia para forjá-lo como filho natural do lugar, tendo até estátua erguida em sua homenagem. Daí em diante Canindé se arvorou da filiação de Zé Leobino e este passou a ser utilizado como símbolo daquela então próspera cidade.
Com efeito, o velho vaqueiro de Poço Redondo nunca se importou em servir como verdadeiro produto para o alavancamento cultural e turístico de Canindé, pois a ele importava muito mais o reconhecimento pelas suas lides de grande vaqueiro. Incentivou a cavalhada, proporcionou maior reconhecimento ao sertanejo do terno de couro, tornou-se, enfim, um ícone brasileiro a partir dos sertões sergipanos.
Com sua partida aos 96 anos neste final de semana, uma dolorosa e sentida perda para todo o sertão sergipano, principalmente para Poço Redondo, onde nasceu e se iniciou na vida vaqueira, e Canindé, onde passou a residir após as porteiras da fazenda Cuiabá serem fechadas.
Agora, entre aboios e toadas, a vaqueirama se despede em versos molhados de lágrimas. “Cavalo sente no peito, o vaqueiro em lágrima desfeito, o sertão insatisfeito pelo que lhe fez o destino, chamando Zé Leobino pra vaquejar lá no céu...”.
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