Clerisvaldo B. Chagas, 24 de novembro de 2920
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.422
A anedota contada por um companheiro, faz lembrar o prof. Aloísio Ernande Brandão. Estudamos com o prof. Ernande desde o curso Admissão ao Ginásio e fomos seu aluno por um longo período, no Ginásio Santana. O mestre lecionava Geografia, História e Matemática. Imensamente carismático o professor estava sempre bem humorado. Fumava muito, gostava de uma cervejinha, sem se embriagar. Adotava alguns cacoetes como dizer que “não dava 10 a aluno, e que 10 era do professor”. Com certeza herdara o mau hábito de outro professor antigo. Amava colocar o cigarro em pé no birô, após algumas tragadas e chutar restos de giz pelos cantos da sala. Nunca vi nem ouvi dizer que alguém ficasse com raiva do professor Ernande. Era um meninão amigo de todos. Tive a honra, muito depois do alunado, em ser colega de trabalho do mestre, tanto no Ginásio quanto no Colégio Estadual Prof. Mileno Ferreira, da cidade. Sua partida gerou muita comoção em Santana do Ipanema e em todo sertão de Alagoas. Foi homenageado após com o título Escola Estadual Prof. Aloísio Ernande Brandão, no antigo “Cepinha”, escola desmembrada do antigo Estadual e inaugurada em 1992.
Escola Prof. Aloísio Ernande Brandão (foto: livro 230/B. Chagas).
O professor Ernande tinha o apelido de PORRONCA. Não sabemos do autor e nem da origem do vulgo. Porronca é um cigarro de palha de fumo de corda ou fumo grosso, em nosso sertão conhecido como PACAIA. Pois bem, vamos a anedota, não inédita nesse espaço.
Em um trem de Pernambuco viajavam vário passageiros, entre eles um rapaz e uma senhorita a certa distância um do outro. O rapaz ficara encantado com a beleza da moça, muito tímida e de sobrinha à mão. A moça notava o interesse do rapaz, por ela, mas procurava não dá bolas. O rapaz queria sentar no banco da moça, mas não sabia o que dizer. Foi então que uma oportunidade apareceu para o início de conversa. Lembrando que ali perto havia um bueiro de usina, (longa chaminé de barro de olarias e engenhos). aproximou-se da recatada senhorita, mas não notara que sua braguilha estava aberta.
“Bom dia, moça, a senhorita conhece o bueiro do Porronca?”.
A moça parou sua investida afastando-se no banco e dizendo bravamente:
“Nem conheço nem quero conhecer. E se o senhor botar essa peste pra fora, meto-lhe o cabo da sobrinha”.
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