Maitê Proença Gallo (São Paulo, 28 de janeiro de 1958) é uma atriz, apresentadora, escritora brasileira.
Família e educação
Filha da professora Margot Proença e do Procurador de Justiça Augusto Carlos Eduardo da Rocha Monteiro Gallo, Proença nasceu em São Paulo, tendo sido criada em Campinas. A artista possui origem portuguesa, sendo seus avós maternos e paternos portugueses.[1] Aos cinco anos de idade, foi matriculada na Escola Americana de Campinas, que era destinada principalmente a filhos de norte-americanos residentes no Brasil, onde aprendeu a falar inglês fluentemente.[2][3] Com uma criação extremamente rígida, tinha que passar a maior parte do tempo estudando, e o pai a proibia de ver televisão[4] e de ter amigos.[carece de fontes]
Aos doze anos de idade, Proença passou por uma grande tragédia: seu pai suspeitava que sua esposa mantinha um relacionamento extraconjugal[5] e, enfurecido, assassinou a esposa com onze facadas.[6] Ele não foi preso e acabou sendo absolvido em dois julgamentos;[6] Proença foi testemunha de defesa do pai, o que facilitou o processo.[6][7] Toda sua família materna ficou contra Proença, por ter ido a favor do pai no processo, e deixaram de manter contato com ela.[8] Aos dezesseis, foi morar em Paris sozinha para terminar seus estudos, e seu irmão voltou para o Brasil.[9][10]
De volta ao Brasil, Proença decidiu sair do pensionato luterano que morava, e pediu abrigo a um padre, passando a residir em um quarto nos fundos da igreja.[11][12] Aos dezenove, prestou vestibular para várias faculdades, e chegou a iniciar o curso de graduação em Psicologia, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), mas não o concluiu. Optou por viajar para diversos países da Europa, África e Ásia.[13] Também decidiu deixar o tratamento psicológico, mas sua depressão e ansiedade estavam fortes demais, e então se viciou em drogas e álcool, contando em entrevistas ter sido usuária de cigarros, cocaína,[14] ayahuasca,[15] chá de cogumelo e cannabis[14] durante três anos.[16][17] Mais tarde, afirmou que cessou o uso das drogas facilmente, declarando: "Larguei todas as drogas que usei sem qualquer sofrimento."[18]
Carreira
Em 1979, Proença estreou como atriz de televisão na novela Dinheiro Vivo. Inicialmente, sua participação estenderia-se somente a uma ponta de uma semana, porém sua personagem acabou ficando até o final da novela.[19][20] No mesmo ano, já estava contratada pela Rede Globo[21][22] e participaria da novela Coração Alado, mas sofreu um acidente de carro que afetou sua coluna, afastando-a de suas atividades por quase um ano.[23] Foi convidada a viver sua primeira protagonista na novela As Três Marias, dividindo o título de mocinha com as experientes Nádia Lippi e Glória Pires.[24] Para viver a personagem, foi obrigada a mudar-se de cidade, e pediu um alto salário, pago na época somente para atores do primeiro escalão. Acordo feito e Proença topou o desafio de protagonizar a novela, porém, segundo ela mesma dizia, o alto salário não pagava todas as críticas e pressões que sofria, fazendo-a odiar o trabalho de atriz. Chegou a pensar em abandonar a carreira, porém além de ter um contrato com a Globo, já possuía bastante mídia, havia estampado diversas capas de revistas e batido recordes de audiência, dando bastante lucro à empresa contratante, e foi desaconselhada a sair.[25][carece de fonte melhor]
Em 1981, Proença foi convidada a participar da telenovela Jogo da Vida, sob direção de Roberto Talma, uma forte influência e principal responsável por fazê-la repensar na decisão de abandonar a carreira artística.[26][carece de fonte melhor] Em 1982, encenou o espetáculo Mentiras Alucinantes de um Casal Feliz, tendo como parceiro de cena Armando Bogus.[27] Em 1983, participou da novela Guerra dos Sexos, na pele de Juliana.[28] Em seguida, transferiu-se para a Rede Manchete, onde protagonizou a minissérie A Marquesa de Santos.[29] Em 1985, retornou à Globo e integrou o elenco da novela Um Sonho a Mais.[30] Em 1986, recebeu convite para participar do remake de Selva de Pedra, porém recusou, alegando que a Manchete havia apresentado uma proposta melhor.[carece de fontes] De fato, nesse ano, fez a interpretação da cortesã Dona Beija na novela homônima, um dos grandes sucessos da emissora que impulsionou sua carreira.[31] Dona Beija foi a primeira novela a utilizar o recurso do banho na cachoeira, causando um certo escândalo na época e dando audiência. Proença protagonizou as primeiras cenas de nudez em uma novela do horário nobre no Brasil, as quais se tornariam ícones daquela produção: a cortesã tomando seus banhos em uma cachoeira.[32][carece de fonte melhor]
A partir desse trabalho, após atuar na novela Corpo Santo, de 1987,[33] Proença voltou para a Rede Globo[34] e continuou a despontar sempre em papéis marcantes na dramaturgia nacional. Ainda nesse ano, trabalhou na novela Sassaricando, como a fotógrafa Camila, contracenando com o ator Edson Celulari,[35] com quem dividiu os sets de filmagens dos longas Sexo Frágil e Brasa Adormecida; esse último lhe rendeu o Prêmio de Melhor Atriz do 2º Rio Cine Fest.[36] Também encenou o espetáculo La Malasangre[37] e protagonizou o filme A Dama do Cine Shanghai, ao lado de Antônio Fagundes,[38] conquistando o Prêmio de Melhor Atriz no II Festival de Cinema de Natal e também no XV Festival dos Melhores do Ano do Cine Sesc.[39] Depois, apresentou dois programas jornalísticos, o Programa de Domingo e Diálogo, ambos pela Manchete.[carece de fontes] Em 1989, de volta à antiga casa, protagonizou a novela O Salvador da Pátria, fazendo par romântico com Lima Duarte.[40] Também rodou os longas O Beijo e Kuarup,[carece de fontes] além de encenar a peça Na Sauna.[41] Nesse mesmo ano, outra tragédia na sua vida: seu pai cometeu suicídio.[6]
Em 1996, Proença integrou o elenco fixo da série A Vida Como Ela É[42] e, em 1997, rodou o curta Vox Populi,[43] ganhando o Prêmio de Melhor Atriz no Festival de Salvador.[44] Depois, em 1998, filmou os longas A Hora Mágica[45] e Paixão Perdida,[46] além de ter atuado na novela Torre de Babel, em um dos personagens centrais, novamente ao lado de Tony Ramos.[47] Em 1999, interpretou a rainha da França, Ana da Bretanha, no seriado Os Três Mosqueteiros, da Globo,[48] e foi ainda a protagonista de Tolerância. O filme gira em torno de um casal e o confronto que estabelecem entre seus sonhos, ideais, teorias e a realidade, passando por situações , como a de adultério, têm sua tolerância "esticada" e acabam por perceber que talvez sejam menos "civilizados" do que gostariam.[49] Participou também do filme Bufo & Spallanzani[50] e estrelou a novela Vila Madalena, ao lado de Cristiana Oliveira, Edson Celulari, Herson Capri e Marcos Winter.[51]
Proença ainda dedicou mais tempo ao teatro. Em 2000, protagonizou o espetáculo Isabel, pelo qual foi bastante elogiada pela crítica, [52] além de ter sido indicada à categoria de Melhor Atriz para o Prêmio Shell.[carece de fontes] Em 2001, após uma participação especial na telenovela Estrela Guia como a hippie Kalinda,[53] protagonizou Dona Yatá no filme A Selva, uma co-produção de Espanha, Portugal e Brasil protagonizada também por Cláudio Marzo e pelo ator português Diogo Morgado.[54] Também participou do filme Viva Sapato!, na pele de uma cômica jornalista americana.[55] Em 2002 assinou, pela primeira vez sozinha, uma produção de teatro, levando aos palcos o monólogo Buda.[carece de fontes] Ainda atuou na comédia Com a Pulga Atrás da Orelha, como Madame Chandebise, uma divertida e desconfiada mulher que tenta tirar à prova a fidelidade do marido,[56] e também encenou o espetáculo Paixão de Cristo, na Nova Jerusalém do sertão pernambucano, como Maria.[57]
Em 2003, Proença estreou na revista Época com uma coluna de crônicas.[58] Suas crônicas quinzenais conquistaram o público por seu estilo estilo franco, delicado e inteligente.[carece de fontes] Simultaneamente, destacou-se na temporada daquele ano do seriado adolescente Malhação[59][carece de fonte melhor] e também rodou o filme Jogo Subterrâneo.[60] Em 2004, esteve presente no elenco de Da Cor do Pecado, na pele da cômica Verinha, uma mulher fútil, falida, mãe da antagonista principal da novela, Bárbara de Giovanna Antonelli.[61][62] Continuou também a publicar suas crônicas para a revista Época e, no ano seguinte, lançou seu primeiro livro, Entre Ossos e a Escrita, que reuniu 50 crônicas publicadas na revista Época entre 2003 e 2004.[63][64] Também em 2005 fez uma participação especial na telenovela A Lua me Disse, como a milionária Maria Regina.[65] Nesse mesmo ano, ainda escreveu sua primeira peça, Achadas e Perdidas, que ficou em cartaz por três anos consecutivos.[66][carece de fonte melhor]
A partir de 2006, Proença passou a integrar o time de apresentadoras do programa Saia Justa, do GNT, ao lado da jornalista Mônica Waldvogel, da atriz Betty Lago, da filósofa Márcia Tiburi e da cantora Ana Carolina.[67] Em 2007 finalizou seu segundo livro, Uma Vida Inventada, que mistura ficção a fatos reais num jogo de pistas falsas proposital; lançado em 2008, o livro obteve grande sucesso, ficando em primeiro lugar no ranking da revista Veja, além de permanecer inúmeras semanas entre os dez mais vendidos na categoria Ficção.[68][4] Também escreveu a peça As Meninas, em parceria com Luiz Carlos Góes, que estrearia somente em 2009.[69][70]
Em 2008, Proença viajou para Bali, na Indonésia, para gravar as primeiras cenas de Três Irmãs, novela que marca seu retorno à TV depois de dois anos sem atuar nos folhetins globais.[71][72] Em seguida, estreou o filme Onde Andará Dulce Veiga?, no papel da protagonista Dulce Veiga, cantora e atriz que após um período de sucesso desaparece misteriosamente nos anos de 1960.[73] Juntamente com Irene Ravache gravou o audiobook de Uma Vida Inventada, lançado em agosto na Bienal do Livro de São Paulo.[carece de fontes] Em setembro daquele ano, em Ibitipoca, Minas Gerais, numa fazenda de amigos, sofreu um acidente ao cair de um cavalo, machucando o pescoço e a coluna;[74] ainda assim, continuou gravando Três Irmãs e o programa Saia Justa, narrando ainda o programa Belezas Francesas, além de telebiografias sobre Maria Callas, Brigitte Bardot e Sophia Loren para o canal GNT.[carece de fontes] Também participou de um sketch dos comediantes portugueses Gato Fedorento, no qual tentava imitar a pronúncia europeia da língua.[75]
Em 2009, Proença produziu, além de envolver-se também na assistência de direção, a peça As Meninas.[carece de fontes] Posteriormente, em junho, foi convidada pela autora Glória Perez para participar da novela Caminho das Índias, no papel de Nanda, uma mulher rica que sofre um golpe.[76] Em 2010, foi demitida do Saia Justa,[77][78] e passou a integrar o elenco da telenovela Passione, da Globo, no papel de Stella, uma mulher rica, mãe zelosa, infeliz com o casamento. Enquanto seu marido dá mais atenção à empresa da família e ao trabalho por ser um importante executivo, ela o trai com rapazes mais jovens.[79][80] Em 2012, interpretou a Sinházinha em Gabriela.[81]
Considerada por muitos uma das mais belas atrizes brasileiras, Proença já foi capa de revistas masculinas, como a edição brasileira da revista Playboy.[82][83] Foi uma das raras mulheres a ganhar um suplemento especial na revista.[84] Em 1987, após tantas recusas de convites para posar nua, finalmente aceitou, tornando-se um dos maiores símbolos sexuais do Brasil.[85][carece de fonte melhor] A edição vendeu 630 mil exemplares, o maior número de vendas no mercado editorial até então. Posaria uma segunda vez, em 1996, aos 38 anos, na paisagem da Sicília, e reconfirmaria o sucesso; desta vez, a revista alcançou a marca dos 720 mil exemplares vendidos.[83][86]
Em 2015, Proença estrou na novela Alto Astral como Kitty.[87][88][89] Em 2016, entrou para novela das 23h, Liberdade Liberdade[90][91] Após muitos anos de contrato fixo com a Rede Globo e fazendo parte do primeiro time da emissora, fãs são surpreendidos com a demissão da atriz em 2016, o que foi muito noticiado em sites e revistas. A atriz ficou revoltada com a emissora, na qual dedicou toda sua vida profissional.[92]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mait%C3%AA_Proen%C3%A7a#:~:text=Filha%20da%20professora%20Margot%20Proen%C3%A7a,tendo%20sido%20criada%20em%20Campinas.&text=Ele%20n%C3%A3o%20foi%20preso%20e,o%20que%20facilitou%20o%20processo.
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