No famoso ataque de Lampião e seus cabras à cidade de Mossoró no Rio Grande do Norte, dois cangaceiros morreram, um no calor do combate, “Colchete” baleado quando tentava tomar de assalto um dos pontos de defesa da cidade. O outro foi José Leite de Santana o cangaceiro Jararaca.
O grupo chegou às imediações de Mossoró com cerca de cem homens muito bem armados. O bando foi dividido em três grupos, cada um atacando por um lado diferente.
O grupo que o cangaceiro Jararaca fazia parte já se aproximava bastante das defesas da cidade, quando em um ato de ousadia, o cangaceiro Colchete avançou quase sem proteção, sendo atingido mortalmente pelos tiros dos homens da resistência; vendo seu companheiro caído, Jararaca correu para “desarriar” o companheiro baleado.
No linguajar dos cangaceiros, isso significa retirar todos os seus pertences, só que sua ousadia também lhe custou caro, quando ele já ia saindo foi atingido por um tiro, mesmo assim continuou andando, tendo sido alvejado mais uma vez, agora em uma das pernas, ainda assim conseguiu fugir se arrastando. Alcançou uma casinha perto da estrada de ferro, onde bateu a porta e pediu socorro, prometendo todo o dinheiro e ouro que carregava ao dono casa, o homem abriu a porta e o deixou entrar, dando-lhe os primeiros socorros, deixando-o deitado para que se recuperasse dos ferimentos.
No outro dia pela manhã o sertanejo resolveu ir até a cidade sem que o cangaceiro percebesse, e o denunciou a polícia, que o prendeu sem a mínima resistência, em virtude do estado em que se encontrava o jovem cangaceiro. Jararaca foi levado preso para a delegacia, onde foi fotografado e entrevistado pelo jornalista Lauro da Escóssia do jornal O Mossoroense.
Depois de alguns dias preso, as altas horas da madrugada, alguns militares chegaram à delegacia com intuito de levar Jararaca, a justificativa seria a transferência do cangaceiro para a capital. Jararaca foi colocado dentro de um carro e conduzido, não para Natal, mas sim direto para o cemitério da cidade, onde já havia sido cavada uma cova lá no seu final. O cangaceiro Jararaca entrou sem dá uma palavra e caminhou escoltado pelos homens até a cova.
O cangaceiro do grupo de Lampião foi assassinado pelos policias, seu corpo foi jogado na cova, que na pressa para cavar, tinham feito o buraco menor que o defunto, no lugar de alargarem a cova, preferiram quebrar as pernas do prisioneiro, estava consumado o ato de justiça dos defensores da lei.outro relato de crueldade https://piaui.folha.uol.com.br/.../o-julgamento-de-jararaca/
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Vamos leitor, assistir a execução de Jararaca?
Diz ainda o jornalista Geraldo Maia, que no depoimento baseado que Pedro Sílvio de Morais, um dos integrantes da escolta que matou o cangaceiro fez ao historiador Raimundo Soares de Brito, disse-lhe o seguinte: “- Pelas onze e meia horas da noite, de um luar claro e frio, do mês de junho, uma escolta composta de oficiais, sargentos e praças, conduziu em automóvel o bandido, dizendo que ele iria ser trancafiado na cadeia de Natal. No momento da saída, e ao dar entrada no carro, Jararaca disse que tinha deixado as alpargatas na prisão, e pediu ao comandante para mandar buscá-las, pois não queria chegar à capital com os pés descalços".
O tenente-comandante então disse que em Natal lhe daria um par de sapatos de verniz. Quando os automóveis pararam no portão do cemitério São Sebastião (Mossoró), Jararaca interrogou-os:
- Mas isto aqui é o caminho de Natal?
Como resistisse descer do automóvel, um soldado empurrando-o deu-lhe uma pancada com a coronha do fuzil.
No cemitério mostraram-lhe uma cova aberta lá num canto, e um deles perguntou-lhe:
- Sabe para que seja isso?
Saber de certeza não sei não. Mas, porém estou calculando. Não é para mim?
Agora, isso só se faz porque me vejo nestas circunstâncias, com as mãos inquiridas e desarmadas! Um gosto eu não deixo para vocês: é se gabarem de que eu pedi que não me matassem. Matem! Matem que matam, mas é um homem! Fiquem sabendo que vocês vão matar o homem mais valente que já pisou neste...
Mas o Jararaca não teve tempo de dizer o que queria. Um soldado por trás dele deu-lhe um tiro de revólver na cabeça. Ele caiu e foi empurrado com os pés para dentro da cova.
Observação: “Existem alguns textos contados diferentes do que afirmou Jararaca quando estava prestes a ser executado. Mas apenas os autores usaram sinônimos, sem fugirem do que disse Jararaca. O importante é não criar fatos diferentes do que aconteceu na hora da execução do bandido”.
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