Crato. Antes
do Sítio Caldeirão, José Lourenço fundou uma comunidade religiosa no Sítio
Baixa Dantas. O local prospera. A amizade com o Padre Cícero empurra bandos de
famílias pobres e crianças órfãs para o referido sítio. A comunidade vivência
uma série de acontecimentos de devoção popular. Uma delas envolve o “Boi
Mansinho”.
Padre Cícero ganhou de presente um boi zebu, que recebeu o nome de “Boi
Mansinho”, dando-o para o amigo José Lourenço tomar conta num estábulo em Baixa
Dantas. Diz-se que os romeiros, na intenção de agradar o Padim, enfeitavam os
chifres do Boi Mansinho com grinaldas de flores. Alguns chegavam mesmo a
acreditar na santidade do animal e no poder de cura de seus excrementos pelo
fato do bicho já ter passado pelas mãos do Padre, não menos milagroso.
De um lado, José Lourenço é tachado de culpado por incentivar o fanatismo. Do
outro, de ser um herege completo provocador da desordem social. Numa palavra,
para o influente Floro Bartolomeu, deputado federal à época, isso significava
atraso. Tudo o que ele não queria para a promissora Juazeiro. Foi então que
Floro condenou os dois, o beato e o animal, a penas diferentes. O beato foi
parar na cadeia, onde ficou 40 dias. O boi foi esquartejado publicamente, teve
suas partes distribuídas com a população. José Lourenço permaneceu no Sítio
Baixa Dantas até 1926, quando o proprietário vendeu as terras e o beato foi
obrigado a deixar o local sem receber nenhuma indenização.
https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/regiao/boi-mansinho-e-venerado-por-devotos-1.290783
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