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terça-feira, 5 de outubro de 2021

DELMIRO GOUVEIA, UM HERÓI ESQUECIDO

 Acervo do Beto Rueda

Delmiro Gouveia (1863-1917) nasceu no Ceará. Seu pai lutou como voluntário na Guerra do Paraguai e por lá morreu. Em 1878, ficou órfão de mãe e com quinze anos arranjou seu primeiro emprego, como condutor e bilheteiro do bonde e em seguida foi caixeiro viajante. Casa-se mas por conta das dificuldades financeiras vão morar com o tio de sua esposa.

Resolve entrar para o comércio de peles e couro. Em 1889, passa a trabalhar para o curtume Keen Sutterly, que se instalou no Recife. Logo aprendeu inglês e se tornou o melhor empregado do curtume. Com o suado dinheiro juntado compra a empresa tornando-se o "Rei das peles do Nordeste" Em 1899 inaugura o Mercado-Modelo do Derby no Recife ganhando fama pelos preços baixos.

Assim como aconteceu com Visconde de Mauá, começa então a despertar a desconfiança dos políticos e coronéis passando a receber ameaças. No dia 2 de janeiro de 1900, seu mercado é incendiado e reduzido a cinzas, e sua esposa, com medo das represálias, volta para a casa dos pais.

Delmiro volta ao comércio de couro e constitui sua nova firma em Penedo, Alagoas. Sua empresa de peles de bode e carneiro para a produção de fardas militares prospera. Sua atual companheira Eulina também o deixa porém Delmiro segue firme. Depois de visitar Europa e EUA e conhecer as máquinas, técnicas industriais e energia elétrica volta ao Brasil cheio de ideias. Em 1913 inaugura a primeira Usina Hidrelétrica do Nordeste - Usina de Angiquinho.

Delmiro contrata técnicos europeus e cria uma fábrica para produção de fios e linhas . Chegou empregar mil operários só na produção e lhes assegurava amplos direitos trabalhistas. Foram abertas estradas, construída uma vila operária e escolas para as crianças. Em pouco tempo exportava para o Peru e Chile.

Nesse ínterim, uma empresa inglesa faz uma oferta pela fábrica que é recusada ao mesmo tempo desafiava coronéis da região por transformar camponeses e ex-flagelados da seca em operários. Não podia acabar bem. Por volta das 21h de 10 de outubro de 1917, quando lia jornais na varanda de casa, foi morto a tiros de rifles, disparados por pistoleiros. Nunca se descobriu o mandante, ou mandantes, do crime. Era o fim de um nordestino que sonhou com um Nordeste industrializado e desenvolvido.

Fonte:

Biografias - Unidade Acadêmica de Engenharia Civil / UFCG.

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