RAIMUNDA COSTA, conhecida por AMANDA COSTA, natural de Areia Branca-RN, nascida no dia 21 de dezembro de 1948, foi a primeira colocada da Região Oeste Potiguar do concurso A Mais Bela Voz, em 1968, na época promovido pela Rádio Olinda, Recife-PE.
Ela foi representar Mossoró e Região em Natal, realizado pela Rádio Rural de Natal, concorrendo com candidatos da Região Central escolhidos pela Rádio Rural de Caicó, conquistando a primeira colocação, indo representar o Rio Grande do Norte em Recife em A MAIS BELA VOZ DO NORDESTE, promovido pela Rádio Olinda, conquistando a segunda colocação.
Essa conquista abriram as portas para Amanda Costa, ganhando o título de “CINDERELA”, tendo em vista que ela cantou a música Cinderela de Adelino Moreira e é considerada a eterna mais bela voz.
Gravou dois discos e representou o Rio Grande do Norte em São Paulo no concurso “A MAIS BELA VOZ DO BRASIL”.
ENTREVISTA COM AMANDA COSTA
Amanda Costa, como é conhecida (ou Raimunda Costa, de batismo), nasceu em Areia Branca aos 21 de novembro de 1948. Filha de família humilde, sempre gostou de cantar nos pastoris realizados na cidade e sua voz aguda sempre era um destaque a mais nas apresentações. Em 1968 foi a vencedora da primeira edição do concurso "A Mais Bela Voz", realizado pela Rádio Rural. Nesta entrevista, ela fala da sua trajetória musical que a levou a mudar de nome e imortalizar a sua musicalidade.
O Mossoroense: Como se deu os seus primeiros contatos com a música?
Amanda Costa: Eu sempre digo que já nasci cantando. Desde muito pequena sempre gostei de cantar. Aqui na cidade o que me levou mais diretamente para a música foram os pastoris. Com seis ou sete anos eu já estava nos palcos, graças as pastoris. Como eu era baixinha, sempre ganhava o papel do pastor, que ficava por trás da personagem principal (a Diana) e a minha mãe me ensinava as canções. Minha mãe também foi uma grande inspiração, uma grande incentivadora. Ela me arrumava, gostava sempre que eu fosse destaque e graças a Deus eu sempre fui, não só nos pastoris, mas em todos os palcos por onde passei.
OM: Quando surgiu e por que a mudança de nome de Raimunda Costa para Amanda Costa?
vei meu segundo vinil, lá no Recife/PE, em 1986, o diretor da Continental, Valdir, juntamente com Luiz GP Luz, dono do selo Colibri, me chamaram e decidiram que eu tinha que mudar de nome. Achavam que o nome "Raimunda" não soava muito bem. Diziam: "Ela é tão meiga, uma voz tão suave, este nome não pega bem". Então, fizemos uma seleção de nomes, inclusive padre Américo e padre Alfredo sugeriram também alguns nomes. Padre Américo queria que colocassem Salésia, porque faria uma ligação com a salinésia. Eu pedia que escolhessem algum nome que não descaracterizasse demais o Raimunda, que ficasse pelo menos perto, para não mudar muito. Então decidimos por Amanda.
OM: Como foi ganhar o primeiro concurso "A Mais Bela Voz"?
AC:Como eu falei anteriormente, eu cantava nas escolas, nas igrejas, mas a minha grande descoberta foi em Mossoró. Costumo dizer que Mossoró é minha casa fora de casa. Em 1968, a Rádio Rural de Mossoró, por meio do padre Américo Simonetti e do jornalista Emery Costa, me levaram para cantar em um programa chamado "O Show das Dez", eu sempre ia aos domingos, cantava algumas canções e eles foram gostando. Quando surgiu o concurso "A Mais Bela Voz", eu me inscrevi, naquele tempo não tinha transporte a todo tempo como hoje, como foi difícil para mim. Todas as cidades que tinham representantes levavam as suas torcidas, caravanas. Eu fui sozinha, minha torcida foi de lá mesmo. Eu cheguei atrasada para o ensaio. Eu fui escolhida entre 25 concorrentes, todos de muito alto nível, como Roberto Meus Amores, Ilo de Sousa, que ainda hoje estão cantando por aí e a banda era Maestro Batista e seu Conjunto.
OM: Quais as melhores lembranças que você traz de sua trajetória musical?
AC: Eu tenho muita coisa boa guardada em minha memória. Quem ganha "A Mais Bela Voz" hoje, ganha um prêmio em dinheiro e um troféu
Naquele tempo, quem ganhasse, passava um ano contratado pela rádio. Por meio da rádio em viajei muito, conheci o Estado todo. Eu fui muito requisitada para shows, muito querida, sempre fazia as aberturas. Cantei nas bandas Som 2001 e Brasil Som 2000, que pertenciam a mesma família, depois Elo Musical, que depois viria ser The Pop Som. Cantei com João de Deus e Zélia, com Zé Arnould. Tive a sorte de sempre cantar com músicos bons. Aprendi muito com as bandas e continuo aprendendo. As bandas são uma grande escola, pode acreditar. Outra boa lembrança foi quando fui levada por Emery Costa para representar o Rio Grande do Norte na "Mais Bela Voz do Brasil", concorri com uma dupla de cantores de São Paulo no programa Jota Silvestre. Lembro que encontrei Sérgio Reis nos corredores depois da apresentação e ele dizia: "Menina, não fique triste por ter ficado em segundo lugar, você é muito boa, vá adiante". E eu nem estava triste por isto.
OM: E Areia Branca, você nunca quis sair da sua terra natal? Há um reconhecimento local ao seu trabalho?
que o santo de casa não obra milagre, mas eu diria que até eu obro. Apesar de eu trabalhar pouco, mas sempre sou chamada para abrir festas. Do jeito que eu comecei lá na minha infância, eu continuo. Gosto de ajudar também em eventos beneficentes: festas para as mães, festas para a igreja. Eu sempre faço isto sem cobrar cachês. Não tenho o que falar da minha cidade. Muita gente me aconselhou a sair daqui quando eu comecei, mas eu sou muito apegada à minha família: minha mãe, hoje com 97 anos, minha filha, Kíria, que também é minha produtora, ela casou, me deu um neto, então moramos juntos e eles são o meu tudo. Aqui é que eu quero estar, junto com minha família. Eu sempre fui assim, se surgia um compromisso fora, eu ia, mas sempre com a intenção de não demorar.
OM: Que avaliação você faz do nosso cenário musical atual?
AC: Olhe, é fácil e difícil ao mesmo tempo explicar. A gente tem ouvido tantas coisas, tudo "estourando" e tem tanta coisa boa guardada. Os locutores, os representantes dos meios de comunicação deveriam resgatar e divulgar mais estas pessoas, estes bons trabalhos que estão guardados. Nós temos escutado muita coisa absurda, quando sabemos que tem tanta coisa boa por aí. Nós, mes - mos, fazemos nossos shows, mas nós não t emos muito espaço nas rádios, por exemplo. Eu soube que Martins Coelho toca sempre músicas minhas, Jota Belmont também. E soube que até Paulo Linhares toca de vez em quando, eu não ouvi, mas já me falaram, então isto é muito bom e seria bom que todos fizessem assim
OM: Você é do tempo em que gravar um disco era algo difícil. Como você vê estas "facilidades" de gravar nos dias atuais?
AC: Hoje, com todo respeito, todo mundo está gravando. Existem pessoas que quase todos os meses "gravam" um CD, gravam um DVD, mas o problema é que este material fica por ali mesmo. O problema não é gravar um trabalho, gravar pode ser fácil, mas não é fácil fazer este trabalho repercutir, isso sim é o mais difícil
OM: Você chegou a ganhar dinheiro com a música?
AC: Dinheiro, muito dinheiro, a gente não ganha (risos). Músico hoje ganha muito pouco. Quando eu era vocalista, o que eu ganhava com música era um "extra", porque eu bem jovem, já era funcionária pública, era professora de alfabetização. Eu viajo muito aqui no Estado: Macau, Felipe Guerra, Apodi, sempre estou cantando, e assim como naquele tempo, estes cachês ajudam, são um "extra". Mas de música mesmo, nós, aqui, pelo menos, não vivemos OM: Tem algum projeto em mente?
OM: Tem algum projeto em mente?
AC: Eu sou meio lenta (risos). Eu gravei dois vinis. Fiz um show com o Trio Irakitan, pensei em transformar em um CD, mas guardei. Tive a sorte então, de minha filha, Kíria Costa, que também é minha produtora, me fazer uma surpresa no Dia das Mães, como se fosse assim, uns "esbregues" pegou as fitas e gravou. Fez umas quarenta cópias, que eu distribui. Se fosse por mim ainda estava guardado, mas agora estamos trabalhando para ver se até novembro fazemos uma edição comercial
FONTE – O MOSOSROENSE, DO DIA 31 DE MAIO DE 2015 (DOMINGO).
https://jm-amandacosta.blogspot.com/2020/07/raimunda-costa-amanda-costa.html
https://jm-amandacosta.blogspot.com/2020/07/entrevista-com-amanda-costa.html
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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