Por José Mendes Pereira
Quem seria capaz de se antecipar e matar o sanguinário e perverso capitão Lampião? Hein?! Só se fosse doido, maluco, e acabar com aquela brincadeirinha sem graça e bastante desastrosa, hum?! Com Lampião no chão sertanejo era muito ruim, e ponha ruim nisso, porque ele matava, roubava incendiava fazendas, plantações..., mas bem mais ruim, seria sem ele, se o eliminasse do solo terrestre. Por quê? Porque, um monte de pessoas que o perseguia, iria ficar sem seu soldo no final do mês, pago pelos governos estaduais, quando o matassem.
Matar Lampião agora, não senhor! É cedo demais. Sim senhor! Mesmo fazendo as suas maldades contra as famílias sertanejas, Lampião vivo, era um divertimento e uma grande oportunidade para se adquirir um ganha-pão. A vida camponesa naqueles tempos, era muito difícil, e se matassem o terror do sertão, como iriam viver os familiares de quem o perseguia, se no final do mês, o pouco que cada um ganhava, havia se acabado, por terem matado o homem mais procurado do solo nordestino?
A maior parte dos perseguidores que procurava cangaceiros na caatinga nordestina era totalmente voluntária, e desagarrada de uma corporação policial, apenas contratada para aquele fim, isto é, pôr fim de qualquer jeito ao grande chefe da "Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia." o capitão Lampião.
Capitão Lampião e o cangaceiro Juriti.
Mas nem todos (tudo tem exceção), queriam ver Lampião morto, fora daquele entretenimento animado. Sem ele, fazendo o bem ou o mal, Lampião era um verdadeiro patrão indiretamente. Quem quisesse perseguir Lampião pelas caatingas do nordeste brasileiro, bastava procurar uma corporação e fazer seu registro, sua ficha, mesmo que fosse voluntário.
Mas o capitão não precisava se preocupar, porque, no meio daquela gente que se dizia ser seu perseguidor, havia de sobra, quem não queria vê-lo morto, e que, na minha pobre e sem nenhum valor histórico, Lampião era protegido, até por pessoas que pertenciam a alguns governos municipais ou estaduais. Lampião era uma figura de grande importância na face da terra, mesmo sendo um verdadeiro marginal, perverso, sanguinário e vingativo ao extremo, servia para alguma finalidade.
O escritor e pesquisador do cangaço Dr. Sérgio Augusto de Souza Dantas, em seu texto "João Bezerra x Lampião - por que profanar a memória dos mortos?", datado em 30 de dezembro de 2009, e publicado no blog Lampião Aceso, do pesquisador do cangaço, Kiko Monteiro, diz o seguinte:
Dr. Sérgio Augusto de Souza Dantas - http://lampiaoaceso.blogspot.com/2009/12/tenente-joao-bezerra-e-lampiao_30.html
(...)
"Mas Durval (este era irmão de Pedro de Cândido, que era o coiteiro oficial de Lampião), fala que o tenente Bezerra esteve no coito, deixou balas e, de quebra, ainda
jogou baralho com Lampião...
Pelo meu
modesto entender, continua o escritor, essa história toda é mais um fruto nascido da imaginação
popular e do prazer mórbido, arraigado e cultural do brasileiro em denegrir
instituições e pessoas.
Um mínimo de lógica nos faz chegar a conclusão que um comandante de tropa
não desapareceria sem ser notado e, menos ainda, faria tão longo percurso
SOZINHO, pois Durval Rosa não falava em outro militar acompanhando Bezerra em
Angico. ESTAVA SÓ. Muito estranho, decerto!!".
(...)
Sobre o tenente João Bezerra da Silva, eu não tenho dúvida, jamais ele faria isso, não estava maluco de municiar o seu perseguido para depois guerrear contra ele mesmo. E ele sabia muito bem, que o comandante da sua corporação militar, poderia saber disso e expulsá-lo definitivamente do batalhão de polícia.
Cyra com seu esposo tenente João Bezerra da Silva.
Conhecemos todos os remanescentes de Lampião, e nenhum, principalmente Candeeiro que é tido como um homem sim, sim, não, não, jamais falou isso aos seus entrevistadores, que João Bezerra da Silva esteve no coito, e ainda jogou baralho com Lampião. Acho apenas uma simples fantasia de Durval Rodrigues Rosa, isto é, quis aparecer para o estudo cangaceiro.
Agora, aqueles que não tinham nenhum compromisso com corporação militar, apenas procuravam os cangaceiros na finalidade de ganharem os seus valores monetários, protegeram o famigerado capitão Lampião de qualquer forma, até mesmo, procurando Lampião em lugares que ele nem pensava em passar por lá. só no intuído de alongar-se a sua captura, para garantir mais uns meses ou anos os seus empregos.
Amigo leitor:
Em nenhum momento fiz críticas aos estudiosos do cangaço. O que escrevi, é apenas para me divertir com esta literatura tão importante para quem a ela se dedica. Não sou nenhuma autoridade no que diz respeito ao estudo cangaceiro. Sou simplesmente um estudante que vem aprendendo com escritores, pesquisadores e cineastas, e erro constantemente em algumas opiniões minhas. Todos nós erramos, e o erro pertence mesmo ao ser humano.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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