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em Cartaz - Festival Internacional de Cinema de Arquivo.
“Sérgio
Buarque de Holanda (São Paulo, São Paulo, 1902 - idem, 1982). Historiador,
ensaísta, crítico literário e professor. Embora tenha uma atuação importante
como crítico literário, Sérgio Buarque é mais conhecido como historiador.
Certamente essas duas facetas da produção intelectual de Sérgio Buarque não
aparecem de modo tão radicalmente separadas e, volta e meia, pode-se reconhecer
na produção ensaística do historiador a presença do estudioso da literatura e
vice-versa.
Nos anos 1920,
inicia sua produção como crítico literário em jornais e revistas. Em diversos
textos, antes mesmo da Semana de Arte Moderna (1922), opõe-se ao repertório da
velha crítica, externando convicções antipassadistas. Abre, assim, o caminho
dos novos e estabelece uma primeira medida crítica que funciona como referência
estética aos propósitos de ruptura modernista.
Antonio Arnoni
Prado, professor de crítica e história literária, considera como contribuições
desse conjunto impressionante de artigos e ensaios a discussão inovadora de
método e funções, com bibliografia atualizada; a concepção da literatura como
forma privilegiada de conhecimento; e a fidelidade aos deveres do crítico, ao
acompanhar e questionar tudo o que cada geração vai sucessivamente realizando
em literatura1.
Em 1929,
Sérgio Buarque parte para a Alemanha como correspondente dos Diários
Associados, de Assis Chateaubriand (1892-1968), a fim de acompanhar o intenso
período da República de Weimar (1919-1933) e da ascensão do nazismo. Lá,
desperta seu interesse por história e ciências sociais, estudando autores
importantes como Max Weber. De volta ao Brasil em 1931, inicia suas atividades
de pesquisa historiográfica e acadêmica, assumindo as cadeiras de história da
América e cultura luso-brasileira na Universidade do Distrito Federal, no Rio
de Janeiro, então capital da República.
Em 1936,
publica sua obra mais conhecida, Raízes do Brasil, inaugurando a coleção
Documentos Brasileiros, dirigida por Gilberto Freyre (1900-1987). Nela, Buarque
investiga a constituição da sociabilidade brasileira, mostrando como o
brasileiro rejeita a impessoalidade, típica à esfera pública, e procura dar a
ela um tom de afeição, ainda que aparente, deixando nublados os limites entre o
público e o privado. É a partir dessa análise que Buarque chega ao conceito de
homem cordial, instrumento fundamental para a compreensão do Brasil ainda hoje.
Raízes do
Brasil é considerada uma das obras fundadoras da moderna historiografia e
ciências sociais brasileiras, áreas que até então guiavam-se pelos parâmetros
cientificistas da virada do século. Em prefácio escrito em 1967 para a 4ª
edição do livro, Antonio Candido (1918-2017) ressalta que a obra se destaca por
afirmar que o conhecimento do passado deve estar vinculado aos problemas do
presente. Segundo Candido, Raízes do Brasil é “um clássico de nascença”2. “[…]
Fonte e texto
na íntegra:
SÉRGIO Buarque
de Holanda. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São
Paulo: Itaú Cultural, 2024.
Disponível em:
http://enciclopedia.itaucultural.org.br/.../sergio....
Acesso em: 11 de julho de 2024. Verbete da Enciclopédia.�ISBN: 978-85-7979-060-7
Fotografia:
Acervo Arquivo Nacional/Fundo Correio da Manhã
Sérgio Buarque
de Holanda
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