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sexta-feira, 12 de julho de 2024

[SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA]

Arquivo em Cartaz - Festival Internacional de Cinema de Arquivo.

11/07/1902 - 24/04/1982

“Sérgio Buarque de Holanda (São Paulo, São Paulo, 1902 - idem, 1982). Historiador, ensaísta, crítico literário e professor. Embora tenha uma atuação importante como crítico literário, Sérgio Buarque é mais conhecido como historiador. Certamente essas duas facetas da produção intelectual de Sérgio Buarque não aparecem de modo tão radicalmente separadas e, volta e meia, pode-se reconhecer na produção ensaística do historiador a presença do estudioso da literatura e vice-versa.

Nos anos 1920, inicia sua produção como crítico literário em jornais e revistas. Em diversos textos, antes mesmo da Semana de Arte Moderna (1922), opõe-se ao repertório da velha crítica, externando convicções antipassadistas. Abre, assim, o caminho dos novos e estabelece uma primeira medida crítica que funciona como referência estética aos propósitos de ruptura modernista.

Antonio Arnoni Prado, professor de crítica e história literária, considera como contribuições desse conjunto impressionante de artigos e ensaios a discussão inovadora de método e funções, com bibliografia atualizada; a concepção da literatura como forma privilegiada de conhecimento; e a fidelidade aos deveres do crítico, ao acompanhar e questionar tudo o que cada geração vai sucessivamente realizando em literatura1.

Em 1929, Sérgio Buarque parte para a Alemanha como correspondente dos Diários Associados, de Assis Chateaubriand (1892-1968), a fim de acompanhar o intenso período da República de Weimar (1919-1933) e da ascensão do nazismo. Lá, desperta seu interesse por história e ciências sociais, estudando autores importantes como Max Weber. De volta ao Brasil em 1931, inicia suas atividades de pesquisa historiográfica e acadêmica, assumindo as cadeiras de história da América e cultura luso-brasileira na Universidade do Distrito Federal, no Rio de Janeiro, então capital da República.

Em 1936, publica sua obra mais conhecida, Raízes do Brasil, inaugurando a coleção Documentos Brasileiros, dirigida por Gilberto Freyre (1900-1987). Nela, Buarque investiga a constituição da sociabilidade brasileira, mostrando como o brasileiro rejeita a impessoalidade, típica à esfera pública, e procura dar a ela um tom de afeição, ainda que aparente, deixando nublados os limites entre o público e o privado. É a partir dessa análise que Buarque chega ao conceito de homem cordial, instrumento fundamental para a compreensão do Brasil ainda hoje.

Raízes do Brasil é considerada uma das obras fundadoras da moderna historiografia e ciências sociais brasileiras, áreas que até então guiavam-se pelos parâmetros cientificistas da virada do século. Em prefácio escrito em 1967 para a 4ª edição do livro, Antonio Candido (1918-2017) ressalta que a obra se destaca por afirmar que o conhecimento do passado deve estar vinculado aos problemas do presente. Segundo Candido, Raízes do Brasil é “um clássico de nascença”2. “[…]

Fonte e texto na íntegra:

SÉRGIO Buarque de Holanda. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2024.

Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/.../sergio.... Acesso em: 11 de julho de 2024. Verbete da Enciclopédia.�ISBN: 978-85-7979-060-7

Fotografia: Acervo Arquivo Nacional/Fundo Correio da Manhã

Sérgio Buarque de Holanda

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