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sábado, 24 de setembro de 2011

HISTÓRIAS DE LAMPIÃO


Esta história, sobre Lampião, é anônima, pois quem a publicou no orkut, não pôs o seu nome. Mas se você quiser conferi-la, clique no link a seguir.

Meu avô, Luiz Soares Ferro, que morava na Ribeira do rio Ipanema, nas imediações de Buique, no Tingui, era um homem razoavelmente abastado lá pelos idos de 1936, 1937. Minha mãe contava que, por volta de 1937, o bando de Lampião chegou à casa de seu pai, com um grande número de cangaceiros. Ela fala em 150 homens, mas eu creio que ao tempo não eram tantos assim, digamos que metade disso ou um pouco mais. Ela tinha 18 anos e era noiva de meu pai.
Meu avô matou dois garrotes para alimentar o povo, e mandou dois de seus 17 filhos ir buscar de carro de bois, água em tambores de 200 litros, para matar a sede dos homens do bando. Contava ela que, logo  à chegada, Lampião falou aos seus homens:

"- Luiz Soares é homem de bem e um dos meus. Aqui em sua casa ninguém lhe faz qualquer mal, ou a sua família".

Comeram, beberam e na hora de se despedir de meu avô, Lampião pegou um mosquetão novo em folha e mais uns três ou quatro pentes de bala e presenteou meu avô e lhe disse.
- Meu amigo, eu necessito de dinheiro. Dentro de uma semana mando um de meus cabras com um recado meu para apanhar três contos de réis, você não me negue este favor.
- Dê-me três dias, capitão, e pode mandar buscar o dinheiro, respondeu meu avô.
E o tempo passou. Meu avô dependurou os três contos de réis em uma trouxinha de pano, perto da cabeceira de sua cama. E lá ficou até que correu a notícia da morte de Lampião em Angico no Sergipe. Mesmo assim o dinheiro ficou guardado por mais de 2 anos. Eu era menino e ainda conhaeci o mosquetão que meu avô ganhou de Lampião. Ele morreu e não se desfez da arma.

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