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terça-feira, 22 de maio de 2012

Sá Ana - Por: Dalinha Catunda


SÁ ANA
 

Com sua saia rodada,
Sua passada ligeira.
Sua blusa desbotada,
ia e vinha à lavadeira.

Era Sá Ana outra vez,
rumo à casa de Sinhá.
Para pegar roupa suja,
seu ofício era lavar.

Sá Ana pegava Anil.
Sá Ana pegava sabão.
Com a trouxa na cabeça,
voltava pro Lamarão.

Acocorada no açude,
cumpria sua missão.
Batia a roupa na pedra,
depois de passar sabão.

Dava gosto de se ver,
as lavadeiras antigas.
Batendo a roupa na pedra,
entoando velhas cantigas.

*

Texto de Dalinha Catunda em homenagem a Sá Ana
uma antiga lavadeira da cidade de Ipueiras no Ceará.

Tela do talentoso artista plástico Demócrito Borges.

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