“Em 1932, o
casal de cangaceiros tem uma filha. Chamam-na de Expedita".
Expedita Ferreira
Maria Bonita dá à luz no meio da caatinga, à sombra de um umbuzeiro, em Porto de Folha, no Estado de Sergipe. Lampião foi o seu próprio parteiro”. Por isso era chamado de médico.
Maria Bonita insistia muito para que Lampião cuidasse do olho vazado. Diante
dessa insistência, ele se dirige a um hospital na cidade de Laranjeiras, em
Sergipe, dizendo ser um fazendeiro pernambucano. Virgulino tem
o olho extraído pelo Dr. Bragança - um conhecido oftalmologista de todo o
sertão - e passa um mês internado para se recuperar. Após pagar
todas as despesas da internação, ele sai do hospital, escondido, durante a
madrugada, não sem antes deixar escrito, à carvão, na parede do quarto:
"Doutor, o senhor não operou fazendeiro nenhum. O olho que o senhor arrancou foi
o do Capitão Virgulino Ferreira da Silva, Lampião”.
Além das emboscadas planejadas para liquidá-lo, cabe ressaltar que Lampião
conseguiu sobreviver ao veneno e ao fogo. Do primeiro, contou com a dosagem
fraca que lhe deu, somente, um inconveniente desarranjo intestinal; do segundo,
apesar de chamuscado, conseguiu escapar pulando. Mas foi ferido à bala diversas
vezes.
Apesar de ter sido baleado nove vezes, Lampião sobreviveu a todos os
ferimentos, sem contar com qualquer tipo de assistência médica formal. Naquela
época, desconheciam-se os antibióticos e as sulfas.
Para estancar o sangue e
curar os ferimentos, por exemplo, usavam-se mofo, pó de café e, até,
excrementos de gado. Eram usadas ainda, ervas medicinais e rezas dos
curandeiros, que nem sempre funcionavam como se esperava.
Um ferimento em seu
pé, neste sentido, condenou Virgulino a mancar para o resto da vida”.Cauteloso
“Desconfiado, só ingeria algo depois que alguém tivesse provado o alimento. Por
outro lado, só entregava o dinheiro após ter recebido a mercadoria. Entretanto,
não conseguiu se livrar da traição dos falsos amigos”.
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