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domingo, 23 de setembro de 2012

Lampião - Parteiro


“Em 1932, o casal de cangaceiros tem uma filha. Chamam-na de Expedita". 

Expedita Ferreira

Maria Bonita dá à luz no meio da caatinga, à sombra de um umbuzeiro, em Porto de Folha, no Estado de Sergipe. Lampião foi o seu próprio parteiro”. Por isso era chamado de médico.

Maria Bonita insistia muito para que Lampião cuidasse do olho vazado. Diante dessa insistência, ele se dirige a um hospital na cidade de Laranjeiras, em Sergipe, dizendo ser um fazendeiro pernambucano. Virgulino tem o olho extraído pelo Dr. Bragança - um conhecido oftalmologista de todo o sertão - e passa um mês internado para se recuperar. Após pagar todas as despesas da internação, ele sai do hospital, escondido, durante a madrugada, não sem antes deixar escrito, à carvão, na parede do quarto:

"Doutor, o senhor não operou fazendeiro nenhum. O olho que o senhor arrancou foi o do Capitão Virgulino Ferreira da Silva, Lampião”.


Além das emboscadas planejadas para liquidá-lo, cabe ressaltar que Lampião conseguiu sobreviver ao veneno e ao fogo. Do primeiro, contou com a dosagem fraca que lhe deu, somente, um inconveniente desarranjo intestinal; do segundo, apesar de chamuscado, conseguiu escapar pulando. Mas foi ferido à bala diversas vezes.

Apesar de ter sido baleado nove vezes, Lampião sobreviveu a todos os ferimentos, sem contar com qualquer tipo de assistência médica formal. Naquela época, desconheciam-se os antibióticos e as sulfas. 

Para estancar o sangue e curar os ferimentos, por exemplo, usavam-se mofo, pó de café e, até, excrementos de gado. Eram usadas ainda, ervas medicinais e rezas dos curandeiros, que nem sempre funcionavam como se esperava. 

Um ferimento em seu pé, neste sentido, condenou Virgulino a mancar para o resto da vida”.Cauteloso

“Desconfiado, só ingeria algo depois que alguém tivesse provado o alimento. Por outro lado, só entregava o dinheiro após ter recebido a mercadoria. Entretanto, não conseguiu se livrar da traição dos falsos amigos”.

http://mariolopomo.zip.net/arch2010-04-18_2010-04-24.html 

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