Por Clerisvaldo B.
Chagas, 21 De julho de 2014. - Crônica Nº
1.224
Escritor
Clerisvaldo B. Chagas - (Foto de arquivo)
Recebemos em
nossa residência, final da semana passada, um grupo de jovens estudantes para
uma entrevista curiosa. Queria o grupo de rapazes e moças saber os mistérios do
gênero literário: “crônica”. A entrevista fazia parte dos acirrados estudos
para as Olimpíadas da Língua Portuguesa.
Fomos logo
rodeando o prato quente para o ataque final ao miolo. E, fazendo como o nosso
saudoso mestre, Alberto Nepomuceno Agra, colocamos os conselhos à frente, mesmo
lembrando das más línguas sertanejas: “Se conselho fosse bom era vendido”.
De fato, a crônica,
essa narração curta produzida essencialmente para ser veiculada em páginas de
jornal e revistas, agora também em livros e sites, deriva do Latimchronica. No
início do Cristianismo funcionava como um registro cronológico daqueles
eventos. Com o desenvolver da imprensa (século XIX), a crônica passou a fazer
parte dos jornais, desde 1799, em Paris. Ao chegar ao Brasil como forma
literária, adquiriu novas características.
Nos jornais e
agora nos sites, a crônica, geralmente ocupa o mesmo espaço e a mesma
localização, fazendo com que os leitores possam se familiarizar com quem
escreve. A crônica pode ser apresentada pelo jornalista que não deve alterar os
fatos. Já o escritor trabalha entre as duas linhas, isto é, literatura e
jornalismo, sempre com esse texto curto que pode ser o registro diário das
coisas com um pouco de crítica e ironia. É como se o autor estivesse sempre
dialogando com seus leitores. Os temas, entretanto, são os mais variados
possíveis e o cronista imprime seu estilo de escrever que logo é identificado
pelo legente costumeiro. O dia a dia é captado pelo escritor como o jornalista,
mas o cronista põe os seus ingredientes próprios e a sua visão particular dos
acontecimentos narrados.
Encontramos a
crônica narrativa de fatos banais, a descritiva, dissertativa,
narrativo-descritiva, humorística, lírica, poética, jornalística que pode ser
policial, desportiva, como exemplo, e, até mesmo histórica.
Mas, voltando
ao início, após algumas dúvidas, à altura das suas compreensões, propusemos uma
crônica só, confeccionada por todos. Assim demos o título “Dia de Azar”, e
rompemos o trabalho. Os estudantes iam acrescentando suas frases dentro do
título proposto e assim compusemos juntos a crônica “Dia de Azar”, cujo
desfecho foi belas gargalhadas e a segurança por parte dos jovens em tentar
vários outros trabalhos sem ajuda.
E, se o
importante não é fornecer o peixe, mas ensinar a pescar, desejamos sucesso aos
estudantes santanenses e sertanejos em geral nas Olimpíadas da Língua
Portuguesa.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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