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terça-feira, 22 de julho de 2014

Paripiranga na História- Parte 5 -


24 de dezembro de 1938, no “Estado da Bahia”:

MAIS DOIS ASSECLAS DO GRUPO DE LAMPEÃO ENTREGAM–SE Á POLICIA.

Corisco, só depois de morto

Chegaram hontem, no trem de Sergipe, precisamente ás 17 horas e 50 minutos, mais dois bandidos pertencentes ao grupo de José Sereno. Escoltados por um cabo e dois soldados, os ex–cangaceiros saltaram na gare da Calçada, onde foram rodeados de curiosos, até que chegou o carro da policia e os conduziu para a Delegacia Auxiliar.

CAJAZEIRA E DIFFERENTE

Os bandidos chamam–se José Francisco dos Santos, mais conhecido pela alcunha de “Cajazeira” e Manoel Nascimento, mais conhecido pela alcunha de “Differente”, tendo se entregado á Policia Bahiana na Serra Negra, perto do Estado de Sergipe. O primeiro tem apenas 21 annos de idade, e, segundo suas declarações, entrou para o bando em vista de ter sido perseguido pela policia de Sergipe, por causa da accusação de ser coiteiro.

A ILLUSÃO DO CANGAÇO

“Differente” entrou para o grupo de “Zé Bahiano”, contra 23 primaveras, tendo dois annos de cangaço e lutas. Quando Zé Bahiano foi victimado, elle passou para o bando de “José Sereno”, onde até o momento de se entregar continuou a sua vida de assassinios e assaltos.

Contou–nos tambem que começou a exercer esta vida após “Canario” tê–lo convidado para entrar no bando com promessas cheias de vantagens. Porém, agora – acrescentou – resolveu entregar–se, pois o cangaço nada mais é do que uma vida de illusões e perseguições.

“CORISCO” SÓ DEPOIS DE MORTO

“Corisco”, o perigoso “Diabo Louro”, que promettera entregar–se, mudou de intenções. Tambem “Angelo Roque” outro temivel cangaceiro e chefe de 4 homens, pretendeu entregar–se, mas o “Diabo Louro” o convenceu do contrario – declarou “Cajazeira”, que fala como uma victrola no seu falar arrastado de sertanejo.

9 BANDIDOS APENAS

Dois grupos ainda perambulam pelos sertões bahiano e sergipano, um commandado pelo “Diabo Louro”, sendo composto de 4 homens e outro commandado por Angelo Roque, com 3 homens.

MUNIÇÃO DE SERGIPE

Continuando a falar, os bandoleiros declararam que recebiam toda a munição de Sergipe e que lá eram muito pouco perseguidos. Ao contrario se verificava no sertão bahiano, onde nós recebiamos tiros em todos os logares por onde passavamos. Demos poucos combates com a Policia Bahiana, mas foram combates que deixaram recordaçõe, pois nelles vimos abatidos innumeros dos nossos.

NOTAS SOLTAS

Os ex–cangaceiros entregaram–se ao sr. João Maria, irmão do Coronel Liberato de Mattos, o qual não se descuidou e logo ao seu irmão deus sciencia do facto. O coronel enviou uma escolta que os conduziu a esta Capital

Com a prisão destes dois bandidos, o cangaço soffreu mais um golpe que o fez diminuir a intensidade e actividade.

24 de dezembro de 1938, no “A Tarde”:

DESISTIRAM DO CANGAÇO


Pelo trem nocturno de Sergipe, chegaram, hontem, ás 17 horas e 53 minutos, á esta capital, os bandidos “Differente” e “Cajazeiras”, que se apresentaram á policia, em Paripiranga.

Fonte: SILVA FILHO, Rubens Antonio da. “4 de dezembro de 1938, no “Estado da Bahia”:”, in: “Cangaço na Bahia” site: http://cangaconabahia.blogspot.com.br
acessado em 19-07-2012, às 18h25m.

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http://historiaparasecontar.blogspot.com.br/2012_07_01_archive.html

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Um comentário:

  1. Anônimo22:24:00

    Note Mendes o que disse um dos cangaceiros que se entregaram: "O cangaço era uma ilusão". E é pura verdade.
    Antonio Oliveira

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