Imagem do acervo do historiógrafo Rostand Medeiros
É
triste ter que ver e aceitar que nossa história vá se apagando, e os governantes não têm o
mínimo desejo de cuidar dela. Que pena!
Sálvio Siqueira disse:
"- Tive
o prazer de entrar neste casarão histórico. Ao mesmo tempo, senti um imenso
desprazer por ver sua agonia... Algumas paredes servindo de testemunha daquelas
que ruíram, porém, demonstrando tanto querer viver que deu vida a uma árvore em
suas entranhas... Algumas madeiras que sustentavam o telhado desabaram, uma
linha pendeu e caiu, mas teimou em ficar só com parte no chão, o restante
ressoando os gritos daqueles que aí foram assassinados, sentindo a certeza que
agora será sua vez. Pedindo, implorando para alguém cuidar dele e, nem a alma
do seu antigo dono, que deve estar lhe olhando lá da serra do Pau Ferrado, onde
deu seu último suspiro, tem coragem de visitá-lo, nem tomar mais conta dele.
Uma pena".
José
Bezerra Lima Irmão disse:
" - Amigo José Sabino Bassetti, faço minhas as suas
palavras, e ponho a palavra "autoridade" entre aspas. Ninguém se
preocupa com a história neste nosso Nordeste sofrido. As
"autoridades", quando pensam em promover a Cultura, só pensam em
pagode, micareta e carnaval. Há dias, recebi um e-mail do nobre
companheiro Manoel Severo Barbosa, lembrando-me da figura do grande Padre José
Antônio Maria Ibiapina, mentor espiritual do Padre Cícero e de Antônio
Conselheiro. Pois é: breve, isto é, já agora, as novas gerações não saberão
mais quem foi Lampião, quem foi o Padre Cícero, quem foi José Ibiapina, quem
foi o Padre Rolim, de Cajazeiras, quem foi Antônio Conselheiro..De minha parte,
estou fazendo o possível. Mas é pouco, quase nada. Sei do seu afinco, Bassetti,
como historiador e pesquisador do cangaço. Admiro à distância o trabalho
diuturno de Manoel Severo, esse grande estudioso e divulgador das coisas do
Nordeste - para o incansável Manoel Severo, o dia parece ter vinte e cinco
horas. Porém precisa surgir alguém que, além de discernimento e amor pela
Cultura, tenha também força política e disponha de recursos financeiros para
manter viva a Memória do Nordeste".
Continua o escritor José
Bezerra Lima Irmão: "- Amigos Severino Barros Barros, José Tavares de
Araújo Neto e Sálvio Siqueira: alguém precisa fazer alguma coisa pela história
do Nordeste. Esse casarão, postado pelo Rostand Medeiros e compartilhada pelo
José Tavares, foi a residência do famoso Major Floro, em Patos de Irerê. Esse
casarão faz parte da Guerra de Princesa, em que o coronel Zé Pereira proclamou
a cidade de Princesa um território independente, fato que foi o estopim da
Revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder. Esse casarão do Major
Floro foi palco das lutas. Floro era cunhado e sogro de Zé Pereira. Parece
estranho: "cunhado e sogro"? Onde já se viu? Pois é, essa é a história
do Nordeste... Meus amigos, esse casarão testemunha parte da história de
Lampião, quando ele passou meses de bonança, em 1923, arranchado na fazenda
Saco dos Caçulas, de Marcolino Diniz, genro do dono desse casarão. Marcolino
era genro e sobrinho do Major Floro. É que naquele tempo os casamentos eram
assim: primo com prima, tio com sobrinha... O Major Floro era irmão do coronel
Marçal, pai de Marcolino. A gente vê esse casarão ruindo. Vê a casa da fazenda
Abóboras, de Marçal, também ruindo. Não há uma fundação ou entidade similar
preocupada com a preservação desses marcos históricos. O casarão da fazenda
Jacu, de Chico Pereira, em Nazarezinho, segue a mesma sorte. O casarão da
fazenda Patos, em Piranhas, está desabando.
Se não fosse o abnegado João de
Sousa Lima, de Paulo Afonso, da casa de Maria Bonita só teríamos hoje os
torrões. Para restaurar a casa de dona Jacoza, na passagem das Pedras, onde
Lampião nasceu, foi preciso que um empresário do Rio de Janeiro bancasse as
despesas do próprio bolso, contando com outro abnegado pelas coisas do sertão,
meu querido amigo Anildomá, do Museu do Cangaço, de Serra Talhada, mentor da
Fundação Cultural Cabras de Lampião.
José Sabino Bassetti disse:
José Sabino
Bassetti Olá José Bezerra Lima. Nosso amigo Manoel Severo, merece todo
nosso respeito e admiração. Ele luta com todas as forças para realizar com
frequência, o maior evento sobre a história do cangaço. O inigualável CARIRI
CANGAÇO. Fiquei assustado na primeira vez que fui à Mata Grande AL. Ver
aquele majestoso prédio onde um dia foi sede das volantes em ruínas, dá uma
tristeza danada a qualquer pessoa.. A má vontade política com nossa história,
ocorre também aqui no estado de São Paulo. Uma vergonha.
Disse ainda o Sálvio Siqueira: "- O
pesquisador/historiador José
Sabino Bassetti disse tudo. Como sempre seus comentários são repletos
de lógicas. O problema de gerar esta 'má vontade política com nossa
história...' como bem frisou o ilustre escritor, para mim, resume-se
simplesmente por acharem, os políticos, que a restauração dos lugares
históricos não 'produzirem' votos para eles e/ou mesmo que a quantia é, em
comparação com outros gastos, irrisória, não dando para um bom 'desvio'. E
assim, em todo este grande País, o descaso com a cultura histórica é uma
constante, infelizmente".
Fonte: facebook
Página: Jose Tavares De Araujo Neto compartilhou a foto de Rostand Medeiros.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Com certeza senhores escritores e historiadores, a cultura neste nosso Brasil é como as pesquisas. Tanto cultura como pesquisas ficam em segundo plano. Em matéria de governantes, não sei quem um dia terá um OLHAR ACURADO para a memória de um País que clama pela preservação da sua história. Prova disso é que temos aqui em nossa querida Serrinha um prédio centenário da Prefeitura caindo aos pedaços e a administração, com prefeito e tudo está em prédio alugado.
ResponderExcluirÉ pena!
Antonio Oliveira - Serrinha