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segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Sucesso na 1ª Bienal do Livro de Paulo Afonso

Antônio Galdino promotor da 1ª Bienal de Paulo Afonso
Os cantadores, poetas, repentistas têm por hábito, ao começar suas cantorias feitas no improviso e dentro de uma métrica e harmonia impecáveis e também ao escrever seus folhetos de cordel, invocar a Deus pedindo inspiração e ao fim agradecendo por isso.
À semelhança desses poetas, pouco letrados pelas academias mas de uma criatividade que supera o conhecimento dos doutores e pós-doutrores saídos das maiores universidades do mundo, começo pelo fim, agradecendo pelo sucesso desta 1ª Bienal do Livro de Paulo Afonso, resultado do trabalho de muitas mãos e muitas cabeças que alimentaram o mesmo sonho e tornaram realidade, plantando uma semente que apenas precisa ser cuidada, regada, 
para crescer e dar muitos bons frutos.
Luiz Ruben, João de Sousa, Archimedes e Elane Marques entre os participantes da Bienal
Na construção desse projeto cultural, juntaram-se o jornal Folha Sertaneja em seus 10 anos de vida, a Academia de Letras de Paulo Afonso – ALPA e o Instituto Geográfico e Histórico da Microrregião do Sertão de Paulo Afonso – IGH-MSPA, com o apoio da Chesf e das Secretarias de Cultura e Esportes e de Educação da Prefeitura de Paulo Afonso e alguns empresários da cidade.
Assim, reafirmo o que sempre dizia, em toda a sua vida, o querido professor Gilberto Oliveira: “Até aqui nos ajudou o Senhor (1º Sm. 7:12) Para que os aplausos acontecessem, foram alguns meses de preparação, de muita ansiedade, de intensa busca de apoios. Mesmo com alguns “talvez”, “vamos ver” que, nesse caso são sinônimos de “não”, conseguirmos dar corpo e forma à 1ª Bienal do Livro de Paulo Afonso e ao 1º Encontro de Escritores de Paulo Afonso e Região do São Francisco.

Edvaldo Nascimento e Delmiro na Bienal

Estes, os escritores, dos Estados da Bahia, Alagoas, Sergipe e Pernambuco, disseram SIM desde os primeiros momentos e, como o nosso espaço era pequeno, precisamos encerrar a inscrição bem cedo, poucos dias depois de estarem abertas, porque não tínhamos como acomodar bem a todos. Ainda assim reunimos cerca de 40 escritores, 16 deles vindos de outras cidades dos estados da Bahia, Alagoas, Sergipe e Pernambuco. Alguns, pela atuação na organização do ENEM, lamentaram a impossibilidade de estar entre nós nesse momento.
E exultamos de alegria porque a 1ª Bienal do Livro de Paulo Afonso e o 1º Encontro de Escritores de Paulo Afonso e Região do São Francisco se revestiu do maior sucesso também de público e de crítica, porque muitos entenderam o recado do poeta Castro Alves que dizia: Oh! Bendito o que semeia / Livros... livros à mão cheia... / E manda o povo pensar! / O livro caindo n'alma / É germe — que faz a palma, / É chuva — que faz o mar. Ou de Monteiro Lobato: Um país se faz com homens e livros. Ou ainda deve ter ouvido que “quem não lê, mal fala, mal ouve, mal vê”, também de autoria de Monteiro Lobato.

 Edvaldo Feitosa, Professor Edson. Luiz Ruben, João de Sousa, 
Archimedes e Elane Marques

Na noite de abertura, dia 05 de Novembro, e era dia de jogo do Flamengo, lembrou o radialista Bob Charles, perto de 200 pessoas lotaram o auditório do Memorial Chesf e até encerramento da Bienal, na tarde do dia 07 de Novembro, perto de 800 pessoas passaram pela Bienal, interagiram com os escritores, com os contadores de história, como Antenor, de Aracaju e Rita Pinheiro, de Salvador, com o humor do pauloafonsino João Bosco e o entusiasmo de outro João Bosco, esse nascido em Rodelas mas morador de Salvador há décadas. Todos também se divertiram e aplaudiram muito a criatividade dos versos de improviso de Rafael Neto que, no final, fez cantoria com Bruno, jovem talento que desponta em Paulo Afonso.

As contações de história da Professora e escritora Rita Pinheiro, foram um sucesso à parte. Utilizando múltiplos recursos como roupas, bonecos, interpretação teatral e músicas a professora colocou, literalmente, a criançada do Educandário Imaculada Conceição e das escolas da rede municipal de ensino e Escola Ministro Oliveira Brito, para cantar e dançar junto com ela. Foi uma festa! Mas sentimos a ausência das universidades sediadas em Paulo Afonso. Apenas a FASETE esteve presente em todos os momentos. Também não vieram os colégios de nível médio, estaduais ou particulares. Apenas o CETEPI – 1 participou.
Pode-se afirmar que os escritores e os que prestigiaram o evento com suas presenças foram unânimes em seus elogios à qualidade do evento. Se assim foi, creditamos o sucesso e trazemos a nossa palavra de gratidão a Deus, que colocou pessoas e instituições no meu caminho e destas veio o apoio para que tudo desse certo. Credito ao trabalho, muito trabalho dos amigos da ALPA e do IGH, que faço questão de nominar aqui: os professores e escritores João de Sousa Lima, Edson Barreto, Roberto Ricardo, Francisco Araújo Filho, José Fernando e Glória Lira. Destaco que os professores Edson Barreto, Francisco Araújo e José Fernando, apesar da intensa carga de trabalho de até 60 horas mensais, sempre encontraram um tempinho para ajudar na construção desse projeto. Gente, como Glória Lira, trouxe a visão feminina e as idéias que tomaram forma e deram brilho ao evento. João de Sousa Lima, também colunista da Folha Sertaneja chegou a entrar pela noite, até quase meia-noite, na Folha Sertaneja, nos últimos dias que antecederam ao evento, tomando um café com pão como jantar para que tudo caminhasse certo.
E assim foi. Ou, como diria Ariano Suassuna, um dos homenageados da 1ª Bienal, através do personagem Chicó, em “O Auto da Compadecida, “...só sei que foi assim...”. 

Aqui, um agradecimento especial aos professores palestrantes do evento: Francisco Araújo Filho que fez uma palestra sobre a importância da palavra, instrumento do escritor; Edvaldo Francisco, professor e vereador em Delmiro Gouveia, que fez brilhante palestra sobre a importância de Delmiro Gouveia para o desenvolvimento regional e o historiador João de Souza Lima, um especialista nos estudos do cangaço que falou com toda segurança sobre o tema para uma platéia atenta e respeitosa.

Elane Marques e Antônio Galdino
Também fica o agradecimento e os aplausos para o professor Francisco Nery, normalmente reservado que se dedicou à pesquisa sobre o seu conterrâneo João Ubaldo Ribeiro e até inaugurou um terno novo para compartilhar suas vivências com este autor, recentemente falecido. E aplausos, de pé, para o jovem poeta repentista Rafael Neto que nos brindou com uma aula espetáculo sobre Ariano Suassuna, falando dos muitos personagens desse autor nordestino, em versos de um cordel que fez em sua homenagem, dentre os outros 68 que já produziu.  Ao destacar a necessidade de apoio para a pesquisa sobre a história e a memória dessa região e apresentar o Dr. Antônio José Alves de Souza, primeiro presidente da Chesf, como o autor da primeira obra escrita sobre Paulo Afonso, insisti na carência de apoios maiores e de políticas públicas para a cultura em Paulo Afonso.
Nesse encontro, tivemos a agradável colaboração do humorista João Bosco, que trabalha no Departamento de Cultura da Prefeitura. Bosco, na sua simplicidade e disponibilidade esteve em todos os lugares e momentos. Operou o computador, distribuiu o jornal, recepcionando os visitantes, interagiu com os escritores, apresentou palestrantes e, com brilhantismo e muitos aplausos arrancou gargalhadas do público com o seu humor irreverente. Aplausos para ele, grande artista pauloafonsino.

Para que a 1ª Bienal acontecesse, a organização do evento contou com a sensibilidade de alguns empresários e de empresas e instituições da cidade.

João de Sousa, Calos Mendonça e Galdino

Quem primeiro disse SIM foi Sebastião Leandro de Morais, da SUPRAVE, que mesmo preferindo o anonimato tem contribuído de forma constante com as atividades culturais de Paulo Afonso. Do seu apoio, consolidou-se o poeta Rafael Neto que hoje é presença de sucesso em cantorias pelo Brasil e até já esteve no Caldeirão do Huck da Rede Globo.
Pelo seu apoio, pudemos trazer para uma apresentação inesquecível dentro da Mala do Poeta, projeto conduzido há anos pelo poeta Jotalunas, o Trio Dona Florinda que acaba de chegar de vitoriosa turnê pela Europa.

Quem também disse SIM à construção desta 1ª Bienal do Livro de Paulo Afonso foram os empresários Maciel Teixeira, da Loja Milenium, Jugurta Nepomuceno, da Casa o Ferrageiro, José Mauro de Oliveira do San Marino Hotel e Jean Carlos do Residence Hotel.

João de Sousa Lima palestrando na Bienal

Da Prefeitura de Paulo Afonso, veio o apoio cultural através da Secretaria de Cultura e Esportes, gerenciada por Jânio Soares, cronista respeitado que mantém uma coluna quinzenal, ao sábados, no jornal A TARDE e da Secretaria de Educação, gerenciada pela professora Maria Selma de Carvalho que orientou a participação de diretores e de alunos das escolas da rede municipal de ensino.
Além de participarem muito atenciosos e educados das palestras e rirem muito dos momentos de descontração proporcionados pelo humorista João Bosco, também se deleitaram com os Sucos Canaã que o empresário Dinho disponibilizou para todos nas manhãs e tardes quentes do evento.
Da Chesf, conseguimos o apoio do Administrador Regional de Paulo Afonso, Augusto Cézar, que cedeu as instalações do Memorial Chesf, que completou 17 anos em outubro, para sediar este evento. Sem recursos para bancar um evento desse porte, buscamos a interação com os sites, a mídia do rádio, da televisão e esse povo amigo chegou junto, na hora, e deu visibilidade ao que era apenas um projeto, um sonho fadado ao insucesso, tantos foram os nãos que tivemos de administrar.

Essa força da comunicação, da mídia, da internet é a fé que move montanhas. As entrevistas dadas por membros da Comissão Organizadora a Fábio Salvador, no programa RONDA 950 (todas as tardes, das 13 às 16 horas) e a Giuliano Ribeiro e Jorge Papapá, no BALAIO (sempre aos sábados a partir do meio dia até às 16 horas) e ainda ao programa RADAR,(de segunda a sexta – das 12 às 15 horas), conduzidos com muito sucesso por Ozildo Alves, Júnior Padão, Epidauro Pamplona e o repórter Francisco Sales, ambos da Rádio Delmiro FM deram vida à 1ª Bienal do Livro de Paulo Afonso.
Edvaldo Feitosa, João de Sousa e Galdino
Além do site da Folha Sertaneja – www.folhasertaneja.com.br, foi muito importante a força dos siteswww.ozildoalves.com.br, www.bobcharles.com.brwww.acertepauloafonso.com.br, e www.pauloafonsotem.com.br, que interagiram conosco dizendo da sua alegria de ajudar a difundir esse evento. Aos outros sites que compartilharam, a nossa igual gratidão.

Outra força da comunicação que deu grande apoio ao evento foi a TV São Francisco que durante dias fez chamadas no quadro São Francisco Acontece e fez a cobertura do evento na noite de sua abertura através do repórter cinegrafista José Carlos Ferreira que contou com o apoio do repórter Antônio Carlos Zuca.
O maior legado que fica desta 1ª Bienal do Livro de Paulo Afonso, além dos muitos elogios feitos por escritores renomados que já estiveram em muitos eventos como estes e pela excepcional cobertura positiva da imprensa local e regional, foi ver jovens, adolescentes, conversando com escritores e mostrando seus cadernos onde já estavam alguns textos, poesias de uma criação de dá os seus primeiros passos. Isso é muito gratificante para os organizadores deste evento, todos professores, educadores, pesquisadores, historiadores.

Rafael Neto na Bienal

A 1ª Bienal do Livro de Paulo Afonso nasceu quando ao pesquisarmos para a construção do livro “De Forquilha a Paulo Afonso – Histórias e Memórias dos Pioneiros” encontramos que em 60 anos de vida de Paulo Afonso, desde quando ainda era Distrito de Glória, em 1954, mais de cinqüenta escritores, moradores de Paulo Afonso por algum tempo ou por toda a vida, escreveram e publicaram livros sobre esta região.
Por fim, esta Bienal do Livro mostrou a necessidade urgente de que Paulo Afonso tenha, dentre outras, duas coisas importantes para que o município seja referência nacional como a Parati do Nordeste nesse tipo de evento: a criação de espaços maiores e mais aconchegantes para sediar eventos como este e a criação de uma política pública para a cultura, o que certamente ajudará, e muito, a consolidar esse potencial imenso de pensadores, escritores, poetas, humoristas, o teatro, a música, as artes plásticas, todo tipo de nuances que a cultura tem e que a 1ª Bienal mostrou ter Paulo Afonso esse imenso potencial cultural.
A 1ª Bienal acabou. O jornal Folha Sertaneja, em seus 10 anos de vida, se sente feliz em promover esse evento e realizá-lo com aqueles que quiserem fazer parte desta história. A semente foi plantada.
VEJAM O VÍDEO neste link:  http://youtu.be/sBykMHhZTVg
Fonte:http://www.folhasertaneja.com.br/noticia/21865814/cultura-arte/a-1-bienal-acabou-a-semente-foi-plantada/?indice=0
Antônio Galdino - Folha Sertaneja , Paulo Afonso BA
http://cariricangaco.blogspot.com.br/2014/11/sucesso-na-1-bienal-do-livro-de-paulo.html
http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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