Depois de tudo
isso, ainda na parte da manhã, chega o Coronel com uma câmera Kodak, que pedia
para fazer alguns retratos de Lampião e seus meninos, pois era sabido desde
longas datas desse fascínio que os cangaceiros tinham por foto.
- Capitão, eu gostaria de fazer umas poses suas e do bando pode sê?
- Só dêxo de tu me manda essas foto, pode dexá lá no China em Poço Redondo qui eu pego lá.
- Pode cobrar, de verdade, assim tão rápido quanto eu revelar as fotos eu envio para lá.
- Eu cobro mesmo viu?
O bando se ajeitou e alguns formados em duplas foram sendo fotografados pelo próprio Eronides. Foi nessa que quando foi fazer o retrato do Cangaceiro Mor sozinho que estava já aparentemente chateado com algo, o Coronel tenta amenizar.
- Tenho um presente novo procê, umas perneiras do exército, são novas e cabem em você certinhas. Na qualidade de Capitão, não pode andar sem perneiras.
Ponto Fino e Virgínio
Volta Seca, com o pano na mão direita e a arma na esquerda, desce a
pequena calçada e fica de pé na extremidade direita (na visão de Eronides) com
seu punhal cruzado na cintura à mostra. Lampião, sentado na outra extremidade
mostrava sua perneira nova.
Entre eles dois estavam sentados em pequenos
tamboretes, Moderno, Zé Baiano e Arvoredo. De pé atrás estavam Mariano (quase
escondido na sombra de uma porta aberta), Ponto-Fino, Calais, Fortaleza e o
baixinho Mourão. Todos de arma em punho, não posicionados para o ataque e com
os chapéus ainda lisos, sem os famosos desenhos e adornos conhecidos.
O som da
câmera disparando por duas vezes foi ouvido... Lampião cobra novamente as
fotos, que seriam entregues dias depois. Na saída, o bando já perfilado e
montados nos seus cavalos, o som da câmera dispara uma última vez. Anos depois,
Eronides já Governador de Sergipe, exibia eufórico aos jornalistas as
fotografias que fizera dos cangaceiros naquele dia... t
Fonte: facebook
Página: Robério
Santos
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário