Por Kydelmir
Dantas (*)
Há uma versão
sobre o conceito do termo dicionário. Dizem que na antiga Grécia um jovem –
Narius - resolveu dar significado às palavras conceituando-as, de acordo com o
que se entendia sobre aquelas. E quando alguém questionava a outrem sobre ser
aquilo mesmo, a resposta vinha sempre desta forma: - Assim disse o Narius!
Os dicionários
distinguem-se de acordo com suas finalidades podendo ser mais específicos e
tratar dos termos próprios de uma ciência ou arte. Ainda conforme as
suas origens, acredita-se que o dicionário tenha se originado na Mesopotâmia
por volta de 2.600 a.C.; e com o advento da imprensa, no século XV, alavancou-se a difusão
e o uso de novos dicionários. O estilo de dicionário que usamos atualmente foi
incorporado no renascimento com o objetivo de traduzir as línguas
clássicas para as modernas em função da Bíblia. (wikipédia).
No Brasil, os
mais famosos são os de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, (1910-1989)
- Novo Dicionário da Língua Portuguesa (1975; a 2ª edição
revisada e ampliada, 1986);
Francisco Caldas Aulete (1823-1878) - Dicionário
Caldas Aulete; Antônio Houaiss,
(1915-1999), Dicionário Houaiss da Língua
Portuguesa. (primeira edição em 2001); Luís da Câmara Cascudo, Dicionário
do Folclore Brasileiro (a primeira edição em 1954, com sucessivas edições até o
momento).
Conforme Maria
do Socorro Silva Aragão, em A Linguagem Regional, os estudos linguísticos no
Nordeste têm se destacado em determinadas áreas, em momentos diferentes (...) De
alguns anos para cá tem surgido uma nova onda de estudos dialetais e sociolinguísticos
com enfoque no aspecto léxico, mais precisamente na publicação de dicionários,
vocabulários e glossários de falares regionais nordestinos (...) Essa tendência
atual segue uma tradição começada por Pereira da Costa (1937) com o Vocabulário
pernambucano; Leon Clerot (1959), com o Vocabulário de termos populares e gírias
da Paraíba; Raimundo Girão (1967) com o Vocabulário Cearense; Horácio de
Almeida (1979) com o Dicionário popular paraibano; Raimundo Nonato (1980) com o
Calepino Potiguar - gíria riograndense; Tomé Cabral (1982) com o Dicionário de
termos e expressões populares; Leonardo Mota (1982) com o Adagiário brasileiro e
Florival Seraine (1991) com o Dicionário de termos populares - registrados no
Ceará.”
O que o Narius
não disse e nem imaginava acontecer era que dentre os vários tipos de dicionários
- gerais da língua; etimológicos; de sinônimos e antônimos; analógicos; temáticos;
de abreviaturas; bilíngues ou plurilíngues etc. – viessem a
compilar dados em outros como propósito de atender diversas finalidades como
dúvidas e dificuldades de uma língua, de frases feitas, de provérbios, de gírias
e expressões regionais, etc. Com isto, vários já foram impressos, que nem os
citados a seguir: Dicionário Tupi-Português / Português-Tupi, do Octaviano
Mello (1967); Dicionário de Folclore para Estudantes, Mário Souto Maior &
Rúbia Lóssio (2004); Dicionário Nordestinês, Fred Navarro (2009; as 1ª e 2ª
edições saiu sob o título Assim falava Lampião - 1998). Maria Maria Gomes e o
Adelson Aprígio Filgueira, publicaram o Ôxi! Dicionário de palavras e
expressões usadas no Seridó oriental (2014), saído do sertão de Currais Novos,
no Rio Grande do Norte.
Agora nos aparece
o Professor Renato Luís Bandeira com o seu Dicionário Biográfico de Cangaceiros
& Jagunços, com certeza o trabalho mais completo sobre estes homens e
mulheres que vararam as caatingas nordestinas em busca dos seus ideais (dentro
ou fora-da-lei). São mais de mil de
duzentas biografias (1.127 homens e 91 mulheres) de cangaceiro(a)s e mais de
cem jagunços (167) que estiveram ligados ‘as guerras pelo poder’ nos sertões,
cariris e agrestes nordestinos, todos garimpados na bibliografia cangaceira da
qual o autor encheu a sua biblioteca e levou um bom tempo a pesquisar e
compilar estes dados. Afora a iconografia que é mais um ponto positivo no
trabalho. Se há alguma discrepância! Os responsáveis são os autores dos
inúmeros livros que foram publicados, desde o século XIX (O Cabeleira – Franklin
Távora – 1896) até o ano passado (2014). Mas, conforme está neste Dicionário, o
autor-organizador Renato Luís, dá os devidos créditos a quem de direito. E
ganham todos aqueles - pesquisadores,
estudantes, professores e curiosos - que se dedicam a pesquisar a história e a
memória do cangaço no Nordeste do Brasil. Parafraseando Lampeão: Falou direito,
cabra!
PARA
ADQUIRIR O LIVRO ENTRAR EM CONTATO COM O RENATO BANDEIRA:
renatoluisbandeira@gmail.com
renatoluisbandeira@gmail.com
(*)
Pesquisador e poeta, de Nova Floresta-PB, radicado em Mossoró-RN; sócio do
ICOP, IHGRN, POEMA e da SBEC.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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