Não é ser
estrangeiro. É morar em outra cidade no mesmo estado do país ou em outra
unidade da federação.
Comércio
de Maceió. Foto: (Clerisvaldo).
Qualquer
habitante, analfabeto ou letrado, possuindo verdadeiro amor a terra em que
nasceu, desenvolve grande sensibilidade para o seu progresso ou para a anemia
do marasmo. No último caso, o filho consciente sofre décadas a fio vendo o
fracasso municipal agigantando-se. As lutas individuais ou coletivas pelo
torrão abençoado, muitas vezes são perdidas completamente em mãos erradas e
gananciosas que marcam sucessivas gestões públicas. Cansado de luta, aquele
homem de ouro vai perdendo o entusiasmo e até mesmo o amor ao território do seu
berço. E lá fora, em fatia alheia, chega mesmo a se referir ao seu núcleo
geográfico como um triste e perdido buraco fundo. Assim, com a luta pelo bem
comum perdida, o cidadão a tudo isso relembra em nova caminhada, agora para si.
Pelo menos o
alívio em tempo de campanha política não lhe mexe o peito como acontecia. Na
terra dos outros pouco importa as discussões políticas, a maldade ou não dos
que se agitam. Ganhe quem ganhar, perca quem perder. Quando muito, um olhar de
revés para as obras do atual gestor e pronto. O caminhar é sereno e a arritmia
política não o atinge, nem mesmo aquele panfleto desaforado de certa facção
pregado no banheiro público. Vez em quando o inevitável encontro com um
conterrâneo louco para lhe passar a última novidade dos engravatados. “Foi
mesmo!” E o filme nativo passa completo em um segundo. Falar mal do “buraco”
nascido não pode, trava a língua, fecha-se o ouvido. Mais um expulso do seu
meio pela eterna decepção. Perde a terra pelos maníacos e ainda recebe do seu
filho uma banana comprida daquelas de cozinhar. Tudo depende do ponto de vista.
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