Por Analucia Gomes
Tela de Portinari
Lampião empreendeu os famosos salvo-condutos, transformando esse expediente
como altamente rendoso, a ponto de ele encomendar ao mascate-cineasta Benjamin
Abrão a confecção de centenas de cartões de visitas, usados para esse fim.
Investiu também numa frota de canoas que faziam a travessia do rio São
Francisco, usando o mesmo processo de aliciar sócios. Pessoalmente, esses fatos
diferenciam Lampião de seu grupo social de origem. Foi um cangaceiro-empresário
bem-sucedido. Porém nada o distingue tanto desse meio, que hipoteticamente
tinha nele o representante de sua revolta, como o fato sabido e consagrado de
que ele jamais matou alguém realmente importante. Havia um compromisso
observado entre cangaceiros e coronéis para que isso não quebrasse o pacto
estabelecido entre eles. O deputado Floro Bartolomeu, falando na Câmara
Federal, amenizou o cangaço destacando justamente o fato de que não matava
gente de "posição": “... no sertão é raro um homem de posição ser
assassinado, mesmo de emboscada, nas estradas desertas; sempre estes fatos
ocorrem entre os cabras, cangaceiros ou não, gente que não faz falta." Em
pronunciamento na Câmara dos Deputados. Civitas - Revista de Ciências Sociais.
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