Por José Bezerra Lima Irmão
Na posse do
meu querido amigo Antônio Saracura na Academia Sergipana de Letras, quem
prestou atenção ouviu como fundo musical o poema sinfônico “Em Um Mercado
Persa”, de Albert Ketèlbey, seguido do famoso “Bolero”, de Maurice Ravel.
O “Bolero” (que não é bolero) é uma obra muito conhecida, ao contrário do “Mercado Persa”, que poucos conhecem. Eu sei por que essa peça foi escolhida para abrilhantar a solenidade. No Seminário, onde Saracura e eu estudamos, ouvimos muitas vezes “Em Um Mercado Persa”, tocado ao piano pelo nosso colega José Valdir Barreto dos Anjos, que nós chamávamos de Padre Valdir, grande pianista, mais tarde professor de História, de Filosofia e de órgão no Instituto de Música. Por incrível que pareça, o citado “Mercado Persa” tem tudo a ver com a “Feira de Itabaiana”, terra de Antônio Saracura. Porém na feira de Itabaiana, a maior feira do sertão sergipano, em vez de camelos circulando pelo mercado, o que Saracura via quando garoto eram burros e jumentos com sacos e caçuás, misturados com vendedores de farinha, cebola, inhame, frutas, jabá, fumo, queijos de coalho, rapadura, querosene, bacalhau, panelas de barro, alguidares, moringas, potes, redes, cestos, bacorins, arreios, perfumes, roupas, penicos, pentes, espelhos... Em vez de malabaristas, encantadores de serpentes e cantorias de beduínos, na feira de Itabaiana ouviam-se cantorias de mendigos, cegos, violeiros e vendedores de livros de cordel. Em Itabaiana não tinha califa, não tinha emir, não tinha sultão; tudo bem, não tinha – mas duvido que em Bagdá tenha existido um Manoel Teles, um Euclides Paes Mendonça, um Chico de Miguel, ora bolas!
ADENDO - Raul Meneleu Mascarenhas
"Raul Meneleu Mascarenhas Parabéns Professor José Bezerra Lima Irmão, suas belas palavras em homenagem ao escritor Saracura. Trago aqui para aqueles que não tiveram oportunidade de conhecer, uma obra de Albert William Ketelbey, 1875-1959. compositor inglês que a compôs.https://www.youtube.com/watch?v=6Ede2QMi5JM"
O “Bolero” (que não é bolero) é uma obra muito conhecida, ao contrário do “Mercado Persa”, que poucos conhecem. Eu sei por que essa peça foi escolhida para abrilhantar a solenidade. No Seminário, onde Saracura e eu estudamos, ouvimos muitas vezes “Em Um Mercado Persa”, tocado ao piano pelo nosso colega José Valdir Barreto dos Anjos, que nós chamávamos de Padre Valdir, grande pianista, mais tarde professor de História, de Filosofia e de órgão no Instituto de Música. Por incrível que pareça, o citado “Mercado Persa” tem tudo a ver com a “Feira de Itabaiana”, terra de Antônio Saracura. Porém na feira de Itabaiana, a maior feira do sertão sergipano, em vez de camelos circulando pelo mercado, o que Saracura via quando garoto eram burros e jumentos com sacos e caçuás, misturados com vendedores de farinha, cebola, inhame, frutas, jabá, fumo, queijos de coalho, rapadura, querosene, bacalhau, panelas de barro, alguidares, moringas, potes, redes, cestos, bacorins, arreios, perfumes, roupas, penicos, pentes, espelhos... Em vez de malabaristas, encantadores de serpentes e cantorias de beduínos, na feira de Itabaiana ouviam-se cantorias de mendigos, cegos, violeiros e vendedores de livros de cordel. Em Itabaiana não tinha califa, não tinha emir, não tinha sultão; tudo bem, não tinha – mas duvido que em Bagdá tenha existido um Manoel Teles, um Euclides Paes Mendonça, um Chico de Miguel, ora bolas!
José Bezerra Lima Irmão
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