Por Noádia Costa
Após a entrada
de Maria Bonita no Cangaço no final de 1930, mais de 40 mulheres passaram a
fazer parte dos vários subgrupos de cangaceiros. Algumas dessas cangaceiras não
são tão conhecidas, e não se tem muitas informações a respeito de suas
trajetórias no Cangaço.
Uma cangaceira
não muito conhecida é Quitéria. Ela foi descrita pelo pesquisador Amaury como
alta e branca. Acrescento nessa descrição seus cabelos enrolados , seu rosto
com traços delicados e sua postura elegante. Quitéria era uma bela moça.
Da esquerda para a direita: Português, Quitéria, Velocidade, Pedra Roxa e Barra do Aço.
Era natural da
Bahia e prima das cangaceiras Aristéia e Sebastiana. Quando falamos dessa
cangaceira, sempre existe a seguinte dúvida : foi companheira de Pedra Roxa ou
de Português?
O pesquisador
José Bezerra Lima Irmão esclarece esse dúvida no livro Lampião a Raposa das
Caatingas. Tal cangaceira foi companheira dos dois cangaceiros citados. Quando
entrou para o Cangaço era companheira do baiano Argemiro Rodrigues de Sousa,
que no Cangaço era conhecido pela alcunha de Pedra Roxa.
Pedra Roxa
participou dos subgrupos de Corisco, Moita Brava e Português, em que ficou
juntamente com Quitéria . Não sabia ele que nesse subgrupo seria vítima de uma
grande covardia. Português encantando com a beleza de Quitéria , tomou a
companheira de Pedra Roxa, que desgostoso e após o desentendimento com seu
chefe deixou tal subgrupo. Vale ressaltar que Português teve como primeira
companheira Cristina, que foi assassinada após trai-lo com o cangaceiro
Gitirana. Quitéria então passou a ser a segunda companheira de Português.
Em entrevista
ao jornal Estadão, a cangaceira Aristéia fez as seguintes afirmações em relação
a Quitéria: " Quitéria era o capeta e fazia intriga contra Cristina,
mulher de Português". E afirma que Quitéria era danada por Português
". Através do depoimento de Aristéia podemos perceber um suposto interesse
de tal cangaceira por Português.
O romance
entre Quitéria e Português durou apenas 3 meses. No final de dezembro de 1938,
eles se entregaram a polícia. Português foi assassinado na prisão em fevereiro
de 1939 pelo jovem Pedro Aquino, o motivo do crime: vingança. Português matou o
pai do jovem que se chamava JoséTomás em 1936. E os filhos juraram se vingar de
tal cangaceiro.
O assassino de
Português entrou na prisão com a conivência da polícia. E não houve punição
para o mesmo , pois era menor de idade. Quanto a bela Quitéria, segundo o
escritor Bismarck Martins, ela cumpriu sua pena e não se teve mais notícias de
tal cangaceira após sua saída da prisão.
Bibliografias
Consultadas:
ARAÚJO,
Antônio Amauri Correia de, -Lampião: as mulheres e o cangaço - São Paulo:
Traço, 1985
LIMA IRMÃO,
José Bezerra, 1946-Lampião a Raposa das Caatingas. 3° ed. Salvador: JM Gráfica
& Editora Ltda, 2015.
OLIVEIRA,
Bismark Martins- Cangaceiros de Lampião de A a Z. 1° ed. Impresso Adilson
brasil.estadão.
com.br
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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