Esta igreja está localizada na Avenida Alberto Maranhão, no centro da cidade de Mossoró. Na tarde de 13 de junho de 1927, ela foi lugar apropriado para acomodar os defensores que lutavam contra o bando de facínoras da "Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia", tendo como proprietário e dirigente Virgolino Ferreira da Silva o então já afamado cangaceiro capitão Lampião.
Segundo alguns pesquisadores do tema cangaço, ao ver esta igreja naquela tarde de derrota em Mossoró, o cangaceiro Lampião teria a chamado de igreja da bunda redonda.
A Capela de
São Vicente de Paula, localizada na Avenida Alberto Maranhão, no Centro, é
muito conhecida pela população mossoroense por ser o marco da resistência do
povo da cidade a invasão do bando de Lampião. A igreja serviu como trincheira
para os resistentes e até hoje ostenta as marcas da “Chuva de Bala” ocorrida em
1927. Todos os anos revivemos essa história de bravura e resistência através do
espetáculo Chuva de Bala no País de Mossoró na Capela, palco real da batalha.
A casa do
prefeito Rodolfo Fernandes (hoje Palácio da Resistência) rodeada com fardos de
algodão e, ao lado esquerdo, a Capela de São Vicente. Essa foi a trincheira armada para
defender a cidade contra a invasão do bando de Lampião.
Porém, a
igreja, que passou recentemente por uma reforma, é mais antiga que esse
episódio célebre e carrega mais histórias. De acordo com o pesquisador Geraldo
Maia, a capela foi inaugurada em 20 de julho de 1919 e sua pedra fundamental
foi lançada em 1915, a partir da ideia das confrarias vicentinas.
A igreja foi
idealizada pelo arquiteto Francisco Paulino e, no ano do início da construção,
o Nordeste vivia uma seca severa, e isso marcou a história do lugar. O serviço
foi conduzido por muitos retirantes que chegavam na cidade e o pouco que
ganhavam garantiam seu sustento.
A torre da
Capela ainda é marcada pela “chuva de bala” que marcou o confronto entre
cangaceiros e resistentes. Veja as marcas de balas.
Alguns
pesquisadores publicaram trabalhos e memórias sobre a construção, como o
professor Almeida Barreto. “Aquele templo é uma dádiva de suor, sangue e
lágrimas dos retirantes de 1915” e complementou:
“Mossoroenses, quando
passardes diante da Igreja de São Vicente de Paulo, prestai o vosso culto, não
só ao orago do templo, como aos seus construtores, quase todos desaparecidos
já, porém, ainda mais rendei o vosso preito àqueles humildes grandes, que
fabricaram, de graça, o material para o citado templo”.
Saudoso escritor Raimundo Soares de Brito o Raibrito
O historiador
Raimundo Soares de Brito também falou sobre o fato. “Os serviços da construção
do templo serviram para amenizar o sofrimento das numerosas levas de retirantes
que aqui chegavam tangidos pelo flagelo da grande estiagem”.
Em junho, a
cidade reconta a história da resistência a invasão do bando de Lampião através
do espetáculo Chuva de Bala no País de Mossoró, no adro da Capela de São
Vicente.
Anos após sua
inauguração, em 13 de junho de 1927, a cidade de Mossoró foi invadida pelo
bando de Lampião e a Capela foi trincheira para defesa. Os resistentes se
abrigaram em sua torre, de onde muitos tiros partiram, de modo que foi dito que
“até os santos atiraram” e houve uma “chuva de bala” na cidade, frase que
nomeia uma obra e com a qual foi batizado o espetáculo que reconta essa
história.
Essa foi a
primeira grande derrota de Lampião e ele nunca mais voltou a invadir terras
potiguares. A “Igreja da bunda redonda”, como chamou os cangaceiros, virou
ponto turístico da cidade e recebe visitantes o ano todo, principalmente no mês
de junho quando esse feito é recontado através do teatro. Mais que um ponto
turístico, ela é marco da coragem e pioneirismo de um povo.
http://outrasvibes.com/index.php/2017/03/13/conheca-a-historia-da-capela-de-sao-vicente/
A foto foi enviada pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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