Por Auris Martins Prof.
UERN. (Fonte: facebook pessoal em 02/07/2017.
MCJ é o mesmo
que concordar com um pai de família que vai pro bar beber cachaça e deixa
esposa e filhos em casa sem ter o que comer.
Os grandes
lucram com o MCJ. Mas, o município de Mossoró agoniza por falta de incentivo
aos micro e pequenos empresários, clama por empregos inexistentes, clama por
desenvolvimento sustentável. Nosso município historicamente, o que não era pra
ser, sempre pegou carona no ir e vir da economia nacional; e esta quando está
em momentos de crise, aqui os efeitos são destrutivos.
Pedintes na
rua fazia muito tempo que não víamos perambulando por aí. Hoje é só o que
vemos, pessoas humilhadas sem fé e sem esperança, entregues ao "Deus
dará".
A situação dos
trabalhadores da saúde e educação, bem como condições dignas de trabalho só
olhando para crer, um descaso a cada dia pior. Nas escolas municipais ninguém
vê sequer segurança para alunos e professores. Recentemente houve um arrastão
numa escola pública onde o terror lá imperou. Nas UPAs o pânico nos plantões
noturnos é flagrante. O servidor público municipal sai de casa para trabalhar e
não sabe sequer se vai voltar vivo para o seu lar.
A iluminação
pública em Mossoró só vemos na conta de luz, na taxa que religiosamente
pagamos. Os holofotes, as luzes, câmeras, e ação são só para o MCJ. Nos bairros
mais periféricos, a escuridão impera, dando aos assaltantes as condições ideais
para a prática dos seus crimes. A Avenida Presidente Dutra, o portão de entrada
de quem vem da capital nos visitar, está completamente às escuras. O visitante
deve dizer, "imagine na periferia da cidade". Quem vem de Fortaleza
para Mossoró de imediato se depara com o breu total.
Os buracos nas
ruas asfaltadas ou com paralelepípedos danificados depreciam os veículos dos
contribuintes e nada é feito, e não adianta reclamar. Tirar dinheiro para
consertar os veículos ninguém sabe de onde, mas é o que vemos como algo comum
carros danificados por onde trafegamos.
No âmbito da
segurança pública melhor não falar, mas tenho que falar também. Pois, se o foco
dos gestores municipais fosse prestar serviços para o povo, poderiam ser feitas
parcerias entre prefeitura e o poder público estadual, outro omisso de rinchar
como diz o jargão popular. Mas, infelizmente nada é feito. Até dentro de casa
os munícipes são assassinados. Já ocorreram assassinatos no MCJ, e hoje não
mais vimos este tipo de crime lá, mas apenas uns 100 (cem) assaltos e furtos;
só isso ironicamente falando.
Geração de
emprego não deveria ser viabilizar a um ambulante, sem perspectiva na vida de
arrumar um trabalho decente, ter que trabalhar quase 24 horas varando madrugada
a dentro no MCJ para vender latas de cerveja ou água mineral, e ganhar uns
míseros trocados. Geração de emprego aqui é dar mais de meio milhão antecipado
a cantores fúteis e bandas ridículas, que sequer cantam canções tradicionais
das festas juninas, mas imundícies que doem no ouvido menos refinado.
Outra forma de
se gerar emprego aqui tem sido doar terrenos e doar tudo mais o que se pode
imaginar para grandes empreendimentos em troca de algumas dezenas de empregos
de um salário mínimo, para depois os empreendimentos desviarem os seus lucros
para a região de sua matriz; e ficamos calados e passivos sem cobrar aquilo que
cabe a prefeitura para fomentar sua economia.
Meio ambiente,
outro caos. O rio Mossoró não agoniza, está morto. Um cadáver que fede no
centro da cidade. O lixo toma conta da cidade porque a estrutura está bem aquém
da demanda. Recentemente o Aterro Sanitário exalou um fedor insuportável que
era sentido em mais da metade da cidade. Quem minimamente entende de meio
ambiente sabe que aterro sanitário não emite fedor. Em nossa cidade descuidada
sim, chegou a emitir. Eu, Auris Martins de Oliveira, com mais algumas pessoas,
tive que formalizar denúncia por escrito deste fedor insuportável na Promotoria
do Meio Ambiente, no Ministério Público do RN, e imediatamente cessou este
desrespeito, esta agressão ambiental, de proporções macro.
Noutro
aspecto, admiro os festejos juninos, sinceramente. Acho bonito as danças
tradicionais, gosto da comida de nosso povo, acho bonita nossa cultura. Sou
nordestino e me orgulho disto. A peça teatral Chuva de Balas é de um
profissionalismo magistral, só que poderia ser no Teatro Municipal Dix-Huit
Rosado, que custou milhões e milhões aos cofres públicos e fica lá,
sub-utilizado. Mas, a megalomania de alguns colocou a peça no "palco"
onde aconteceu efetivamente/realmente o embate com Lampião. Quanta asneira às
custas do dinheiro público. Se não tivesse o Teatro Municipal Dix-Huit Rosado
diriam, "uma peça bonita como esta, é feita no meio do tempo, porque
Mossoró não tem apoio da Petrobras para fazer um Teatro". A luta pela
construção deste belo e grande teatro municipal vem desde o início do século
passado, vou repetir, vem desde o século passado. A Petrobras bancou a
construção do teatro com seus recursos. Mas, hoje, a maior peça teatral do
município é feita ao ar livre, e contam isto como uma vantagem. Vá entender...
O fato, para
concluir para um ou dois leitores pacientes, ano que vem tem mais gastança, tem
mais festa e políticos desta vez inclusive pedindo votos. O MCJ acabou e a
farra com o dinheiro do contribuinte também, pelo menos por enquanto. O
dinheiro que foi gasto vai faltar para dar insulina aos filhos dos mossoroenses
com diabetes, comprar as lâmpadas para acabar com o breu em 70% da cidade, dar
um salário digno aos servidores públicos municipais, pagar seus salários em dia
(mas sem se gabar disto, pelo amor de Deus!).
"O pai de
família foi pro bar gastar com cachaça enquanto esposa e filhos estão sem
comida na mesa, e ano que vai vai continuar gastando dinheiro com aquilo que
não é prioridade"... .
Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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