Por Francisco de Paula Melo Aguiar
[...] Cada
pessoa ao nascer já trás consigo suas características individuais e
intransferíveis de um animal que o é [...]
Francisco de
Paula Melo Aguiar
Inicialmente é importante
mencionar que lapidar (palavra que vem do latim: “lapidare”, no sentido antigo
de castigar e/ou matar por apedrejamento, atirando pedras e/ou apedrejar,
facetar, aperfeiçoar, melhorar, lavrar, educar) é verbo transitivo direto nos
termos da ortografia culta da Língua Portuguesa. Portanto, lapidar, polir e/ou
esculpir cristais e pedras preciosas que se encontram em estado primitivo,
bruto e/ou tosco; é também lavrar, porque o ourives lapidava e/ou dava
polimento no diamante aumentando assim sua beleza em sentido figurado. E isso
significa atribuir uma qualidade superior e/ou tornar perfeito o que é
rudimentar, tosco, bruto. É um ser humano ignorante por analogia. É algo
parecido com a maneira e/ou virtude de aperfeiçoar, portanto, um exemplo disso,
é o caso do professor que “lapida” o conhecimento do aluno, haja vista o
compromisso de ensinar, apreender e de aprender que envolve o mestre e seu pupilo.
Diante de tal conclusão exemplar
e específica, o ato de lapidar é inevitavelmente um trabalho que tem como oxigênio
e/ou exigência precípua as ferramentas: sabedoria, precisão e paciência, pois,
o maior problema na vida de um ser e/ou pessoa é justamente descobrir o caminho
e/ou a maneira de se deixar lapidar para se transformar em pedra preciosa de
que tenha realmente muito valor no seio da família e da sociedade. E valor
reconhecível a olho nu pelo outro e/ou pelo grupo social em seu entorno direto
e/ou indireto. Não temos dúvida de que cada pessoa quando nasce é um diamante
em estado primitivo e/ou bruto, e o mundo em sua volta sabe e percebe tal
fenômeno característico em toda e qualquer pessoa, de qualquer ideologia, sexo,
etnia, classe social, profissão e religiosidade. E se não houver uma
transformação em termos de lapidação para virar pedra preciosa, nada feito e/ou
tudo perdido, porque sua passagem pelo planeta Terra é única.
Cada pessoa ao nascer já trás
consigo suas características individuais e intransferíveis de um animal que o é.
Por isso mesmo cresce fisicamente com suas primitivas características
impulsivas, medrosas, irritadiças, malvadas, intolerantes, tímidas, impaciências,
egoístas e explosivas.
Portanto é preciso que o
indivíduo participe diretamente do processo de lapidação durante sua vida e
isso deve ser iniciado logo ao nascer e terminado somente ao morrer. Veja por
exemplo, que são os nossos pais e demais familiares, o grupo social, a escola,
o trabalho, a igreja, etc., que direta e/ou indiretamente nos motiva, influência, encoraja, oprime, inclui, exclui,
etc., exigindo, amoldando e/ou direcionando e/ou apontando solução e/ou caminho
a ser trilhado.
É danado mesmo, porque temos
alguma coisa excessivamente ruim e/ou não aceitável e/ou tolerável pelos demais
membros de nosso grupo familiar, social e funcional. O certo é que precisamos
aprender alguma coisa para mudar de perfil, abrandar nossos instintos pessoais,
porque falta algo a ser desenvolvido e/ou expandido direta e/ou indiretamente,
para puder ser mais aceito e/ou compreensível em termos de ações e/ou atitudes
pessoais diante dos demais, uma espécie de paraíso perdido e de paraíso
recuperado e jamais uma ilha de verdade única.
Indiscutivelmente é preciso que
cada pessoa procure do alto de sua arrogância e/ou prepotência que pensa que
pode tudo e na realidade sozinho não pode nada, desarmar sua primariedade
ignorante no seio da família e da sociedade, para se colocar no caminho e/ou
vereda pessoal, a começar pelo equilíbrio interior, proporcionando assim a paz,
a serenidade e força que precisa para viver bem consigo mesmo e com os demais.
E assim sendo, isso é um
trabalho para a vida toda, tanto para as crianças, para os jovens, para os adultos
e para a velhice e/ou para a melhor idade. É bom que o indivíduo com toda sua
força física não se iludir consigo mesmo, porque tal trabalho é por demais
cansativo, longo, precisa e necessita de renuncias pessoais e/ou passageiras e
que em muitas vezes nos parece cortar na própria carne, algo dolorido demais,
uma espécie de caminho sem retorno. E isso é concebível porque o ser humano em
sua essência jamais pode fazer tudo que pensa e quer fazer.
E é assim que através do processo
de lapidação pessoal e intransferível que será possível atravessar e nunca
passar os chamados períodos difíceis de nossas vidas sem na realidade nos
quebrar interiormente e/ou por dentro, o que com certeza nos faz assim viver
com alegria em períodos e fases fáceis do nosso ciclo vivencial terreno em
todos os sentidos da palavra.
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