Por Valdir José Nogueira
José Pereira
Terto, cangaceiro Cajueiro
Residente nas
cercanias da Serra do Reino em Belmonte, o célebre cangaceiro “Cajueiro” tinha
como nome de batismo José Pereira Terto, sendo filho de Manoel Terto Alves
Brasil e de Antônia Pereira da Silva (Totonha). Amplamente conhecido no mundo
do cangaço, Cajueiro foi o homem da mais elevada confiança de seus primos Sinhô
Pereira e Luiz Padre.
Conta-se que
em princípios do século XX, Cajueiro havia levado uma sova de um soldado por
nome Cipriano de Souza, porém, ao chegar em casa, sua mãe dona Totonha Pereira
não o abençoou. Dias depois, Cajueiro resolveu assassinar o seu agressor e ao
retornar para casa, foi abençoado por sua genitora. Depois deste fato, o mesmo
resolveu ingressar no cangaço ao lado dos primos Sinhô Pereira e Luiz Padre. Em
1919 foi para o Planalto Central com Luiz Padre. Retornando ao Pajeú no ano de
1922, Cajueiro foi de fundamental importância no estratagema de Sinhô Pereira,
Luiz Padre e Ioiô Maroto que culminou no ataque a Belmonte no dia 20 de outubro
de 1922, onde foi assassinado o coronel Luiz Gonzaga Gomes Ferraz, próspero
comerciante daquela cidade sertaneja. Cajueiro deixou seu nome marcado na
história como um dos homens mais experientes do cangaço, muito valente e
moralista.
Ascendentes de
Cajueiro:
Lado materno:
Mãe; Antônia
Pereira da Silva (Totonha, falecida em 06/05/1946 aos 80 anos de idade), filha
do primeiro casamento de Dona Dé (Maria José Pereira da Silva) com o major
Joaquim Pereira da Silva Tintão (este filho do Comandante Superior Manoel
Pereira da Silva). Dona Dé era filha de Josefa Pereira da Silva (Dona Zefinha
do Serrote) e de Joaquim Nunes da Silva. Portanto, Cajueiro era bisneto de Dona
Zefinha do Serrote (Josefa Pereira da Silva) e também bisneto do Comandante
Superior Manoel Pereira da Silva. O Barão do Pajeú era tio avô de Cajueiro.
Lado paterno:
Pai; Manoel
Terto Alves Brasil, filho de José Alves dos Santos e de Carolina Jocelina (ou
Marcionila) da Silva, esta filha do Padre Francisco Barbosa Nogueira e de
Quitéria Pereira da Cunha da fazenda Cipó em Serra Talhada. Portanto Cajueiro
era bisneto do Padre Francisco Barbosa Nogueira (este neto de Manoel Lopes
Diniz fundador da fazenda Panela D’Água em Floresta).
Em virtude de
umas querelas familiares onde residia, na fazenda Cipó em Serra Talhada, o
casal José Alves dos Santos (Cazuza Cego) e Carolina Marcionila da Silva (filha
do Padre Francisco Barbosa Nogueira e de Quitéria Pereira da Cunha), comprou em
1881, na Freguesia de Belmonte, uma propriedade na fazenda Campo Alegre,
cercanias da Serra do Reino (cuja vendedora foi dona Jacinta Pereira de Souza),
onde passou a residir. Este casal deixou nove filhos dentre os quais o Sr.
Manoel Terto Alves Brasil que casou com Antônia Pereira da Silva (Totonha,
filha do major Joaquim Pereira da Silva Tintão e Maria José Pereira da Silva,
Dona Dé), pais de Cajueiro: José Pereira Terto.
Valdir José
Nogueira,pesquisador e escritor
Pres. da
Comissão Local do Cariri Cangaço
São José de
Belmonte, Pernambuco
NOTA DO
PESQUISADOR SOUSA NETO:Em 1923 ao chegar em Minas Gerais, Cajueiro ou Joaquim
Araújo da Silva, nome adotado naquelas paragens torna-se amigo pessoal do Cel.
Farnesi Dias Maciel, irmão do Presidente Olegário Maciel. Foi da guarda pessoal
do Governador Olegário onde na revolução de 1930 deu total proteção a esse que
junto aos primos JOSÉ ARAÚJO E FRANCISCO ARAÚJO, formaram um pelotão para
guardar o Palácio do governador que esteve sob iminente ataque das forças
getulistas.
Para ilustrar
mais um pouco a bela matéria do nosso valoroso amigo Valdir José Nogueira,
vejam acima a certidão de óbito do célebre Cajueiro. Atente para o detalhe: ele
faleceu exatamente três meses e nove dias após Sinhô Pereira. No Livro do
cartório ambos os óbitos estão na mesma página. Outro detalhe, nasceram no
mesmo ano 1896.
Abraço a
todos! Depois contarei o resto.
E Vem aí...
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